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Audiência dá início na Câmara à discussão sobre novo modelo de transporte público


Publicada em 22/08/2013 17:49

Audiência dá início na Câmara à discussão sobre novo modelo de transporte público

Com a proximidade do fim do atual contrato de concessão, que se encerra no dia 29 de novembro, vereadores se movimentam para aproveitar o momento e encontrar soluções aos gargalos enfrentados por quem utiliza o transporte público em Ipatinga.


Audiência pública promovida nesta quarta-feira (21/08) pelo vereador Agnaldo Bicalho (PT) deu o pontapé inicial dentro da Câmara às discussões sobre os novos parâmetros do transporte público a serem adotados no município e abriu ao público presente a possibilidade de se manifestar.


Parlamentares integrantes da recém-criada Comissão Especial para acompanhar os trabalhos, presidida pelo próprio Agnaldo, também participaram, além de secretários do governo municipal, representantes da empresa Autotrans e da sociedade civil.


Os vereadores esperam que os problemas apontados ao longo das semanas que antecedem o fim do contrato sejam superados com a montagem de um novo edital de licitação “que contemple as reais necessidades dos usuários”.


No entanto, o vereador Agnaldo lembrou que a lei orgânica abre a possibilidade para que o serviço seja administrado diretamente pelo município ou por mais de uma concessionária.


Agnaldo Bicalho disse que o transporte público perdeu qualidade nos últimos anos e atribuiu parte do problema à falta de fiscalização, “mas que o momento é propício para que o Legislativo cumpra seu papel de ajudar a construir uma proposta de melhoria”.


“O serviço é tercerizado, mas a concessão é pública e tem que ser fiscalizada. Sabemos que o transporte público hoje aqui em Ipatinga não está bom. E o nosso papel aqui no Legislativo é trabalhar por uma série de propostas que traga melhorias a quem utiliza esse serviço público”, disse.


Ele elogiou a reativação do Conselho do Transporte e Trânsito de Ipatinga pela Prefeitura, cujo objetivo é a participação popular na elaboração das políticas sobre trânsito e mobilidade urbana. “O conselho é um órgão importantíssimo e trará de volta a participação popular”.


O parlamentar voltou a criticar o não cumprimento pela empresa concessionária da lei que trata da bilhetagem eletrônica, disse também que o número de ônibus é insuficiente e que as passagens são caras “para um percurso curto demais”.

 

Comissão Especial


Formada nesta terça-feira (20/08), após a reunião ordinária, a Comissão Especial para acompanhamento da mudança da execução do transporte público esteve também presente à audiência.


Para o vereador Roberto Carlos (PV), vice-presidente da Comissão, “a administração pública precisa de um sacode, pois a insatisfação dos usuários é grande”.


“A população quer o modelo que ela deseja e o papel do Executivo é atendê-la. Ipatinga não consegue criar um modelo de transporte satisfatório, reflexo da má-qualidade do serviço público”, disse.


Ele disse que Ipatinga perde por não realizar obras de mobilidade urbana e que, "nesse ritmo, a cidade não terá condição de ser subsede da Copa do Mundo".


“Hoje percebo que a maioria dos carros que vejo nas ruas carrega apenas o motorista, e não três, quatro passageiros. Isso é o reflexo que o serviço de transporte não atende às expectativas.”


O vereador Nilsin da Transnil (PRTB), também integrante da Comissão Especial, teve um de seus projetos de lei citado durante a audiência.


O projeto apresenta uma série de diretrizes que o governo municipal será obrigado a seguir, como a ampliação da infraestrutura e a integração da malha cicloviária no município.


Também é prevista no texto a locação de bicicletas em vários pontos da cidade e a criação do Conselho Municipal de Política Cicloviária, cujo objetivo seria assessorar as secretarias envolvidas na implementação dessas políticas.


Prefeitura


O secretário Vicente de Paula Costa (Planejamento) atribuiu às administrações anteriores os problemas enfrentados pelos usuários de transporte público.


Afirmou que a Prefeitura está comprometida em solucionar caso a caso e que a retomada da participação popular, por meio da reativação do Conselho do Transporte e Trânsito de Ipatinga, “é um gesto de comprometimento da atual gestão”.


Disse ainda que a Lei do Plano Diretor a ser enviada à Câmara contempla a criação de corredores únicos para o transporte público.


Já o secretário Gustavo Finocchio Lima (Serviços Urbanos e Planejamento) reiterou o comprometimento da Prefeitura e disse que os estudos para a nova concessão já foram iniciados.



Mais


Ao fim da audiência pública, o público presente pôde falar na tribuna e fazer perguntas aos convidados. A maioria apontou problemas enfrentados diariamente ao se utilizar o transporte público, tais como “ônibus superlotados, bairros atendidos precariamente, pontos de ônibus sucateados, falta de novas linhas, escassez de horários em feriados e fins de semana, preço elevado de passagens”, entre outros.


 

Participaram também da audiência pública Anivar Dutra (gerente da empresa Autotrans), Marlúcio Negro da Silva (presidente do Sintrocel), Robinson Ayres Pimenta (representante do Movimento Passe Livre), Francisco Gabriel (representante do CMTT) e os vereadores Juarez Pires (PT), Lene Teixeira (PT) e Jadson Heleno (PPS).   

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