Ley conclama união entre autoridades para buscar a paz social em Ipatinga
Publicada em 25/10/2013 16:24
Após participar de reunião com Governo do Estado, presidente da Câmara busca entendimento para efetivar a reativação do sistema Olho Vivo
A situação da segurança pública em Ipatinga é um tema constantemente abordado pelo vereador Ley (PSD), presidente da Câmara de Ipatinga, desde o início do seu mandato. Na quinta-feira (24), o parlamentar se deslocou até Belo Horizonte para uma reunião com os secretários de Estado de Defesa Social, Romulo Ferraz, e de Gestão Metropolitana, Alexandre Silveira, em busca de uma solução para o impasse que envolve a reativação em Ipatinga do sistema de monitoramento por câmeras Olho Vivo.
O serviço era prestado pela Fundação Guimarães Rosa - entidade privada contratada pela Prefeitura de Ipatinga -, mas foi desativado em 2012. Atualmente, todos os equipamentos estão sob responsabilidade do município de Ipatinga, devido a uma liminar concedida pela justiça em primeira instância. Está em tramitação na justiça um processo no qual é discutido o pagamento de um débito da Prefeitura com a Fundação Guimarães Rosa.
Crime bárbaro
Nos últimos dias, o assassinato do empresário Munir Augusto da Silva, barbaramente torturado por ladrões em seu estabelecimento comercial, no bairro Canaã, chocou a comunidade e deu força ao movimento pela retomada das câmeras de vigilância nas ruas da cidade. “O Olho Vivo faz muita falta. Sair à noite do trabalho hoje é muito preocupante. A ciclovia do Canaã está infestada de malandros. Caminhar lá depois do anoitecer é quase impossível”, reclamou a comerciária Ediléia Dias em matéria veiculada esta semana pela imprensa regional.
Conforme a reportagem, no primeiro semestre de 2010, coincidindo com a implantação do programa, os registros de crimes violentos na cidade chegaram a ser reduzidos em 56%. Havia 18 câmeras de monitoramento no Centro e outras 23 instaladas em pontos estratégicos em 13 bairros.
União
Na última reunião ordinária da Câmara, o vereador Ley usou a tribuna para conclamar todas as autoridades municipais a se unirem para buscar a paz em nossa cidade. Ele lembrou que Ipatinga é sede de importantes órgãos de defesa social, como as Regiões de Polícia Civil e Polícia Militar, da Delegacia Regional e de um batalhão da PM, além de uma Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Cidadã.
“Todos devem buscar ter mais contato e encontrar uma solução que traga paz para a sociedade. Aprovamos aqui na Câmara a criação da Secretaria Municipal de Segurança Pública, mas ainda não vimos nenhuma ação concreta do órgão. Não sabemos se o problema é de orçamento ou de outra natureza, por isso gostaríamos de chamar os seus representantes para que possamos conversar e ajudar. O titular da Secretaria é um ótimo técnico em segurança pública, que inclusive já comandou o 14º Batalhão da PM”, afirmou o presidente da Câmara.
Verba estadual
Na reunião em Belo Horizonte, Ley foi informado pelo secretário de Estado da Defesa Social, Rômulo Ferraz, que o Estado propôs uma desapropriação dos equipamentos do Olho Vivo em Ipatinga. O investimento seria de R$ 400 mil, além de disponibilizar investimentos para sua manutenção. A reforma da central de monitoramento também ficaria a cargo do governo estadual.
De acordo com Rômulo Ferraz, para reativar o projeto, o município precisará ceder funcionários para o monitoramento, como já vinha ocorrendo. “Temos feito este modelo de convênio em diversos municípios e estamos dispostos a fazer da mesma forma em Ipatinga. Nossa preocupação é resolver a demanda”, avalia.
Rômulo Ferraz enfatizou ainda que o acordo sobre a propriedade dos equipamentos não impediria a prefeitura de continuar discutindo com a Fundação Guimarães Rosa os débitos que a instituição afirma que o município tem com ela por serviços já prestados. “Uma coisa é independente da outra. Com o acordo sobre os equipamentos, o Estado tem como investir para reativar o sistema. Aí, a prefeitura concentraria suas forças na discussão jurídica sobre os créditos que a Fundação Guimarães Rosa alega ter com o município em função de serviços prestados na administração passada”.
Audiência pública
Para ampliar o debate, Ley informou que irá realizar uma audiência pública para tratar da reativação do programa. Serão convidados para participar do evento, representantes da Secretaria de Estado de Defesa Social, Polícia Civil, Polícia Militar, da Prefeitura, do Ministério Público, Judiciário, do segmento empresarial e da sociedade civil.
“Todas as entidades que lutam pela reativação do programa irão participar, inclusive a Aciapi, CDL, OAB e Consep’s, entre outros. Além disso, vamos mediar uma conversa com a administração municipal e a Fundação Guimarães Rosa para agilizar tudo que for necessário. Esperamos que o Executivo municipal demonstre o mesmo empenho que estamos tendo para minimizar os problemas de segurança no município”, afirmou o presidente da Câmara.
Na última semana, o presidente da Associação Comercial de Ipatinga (Aciapi), Luís Henrique Alves, e o vereador Adiel Oliveira (PPS) também estiveram reunidos com o secretário Alexandre Silveira e solicitaram que fosse mediada uma discussão com o objetivo de tratar acerca do Olho Vivo, contudo não puderam comparecer à reunião desta quinta-feira (24).
“É do meu conhecimento que o secretário Alexandre Silveira recebeu recentemente em seu gabinete o presidente da Aciapi e o vereador Adiel Oliveira. Isso demonstra que a reativação do Olho Vivo é um clamor de diversos segmentos e, principalmente, da população de Ipatinga”, finalizou Ley.