Comissão de saúde discute investimentos feitos pelo governo municipal
Publicada em 27/09/2018 17:26
Audiência pública mostra balancete da secretaria municipal de saúde de maio a agosto deste ano
O governo de Minas deixou de repassar aos cofres públicos de Ipatinga entre os meses de maio a agosto deste ano o equivalente a R$9 milhões. Verba essa que deveriam custear vários procedimentos na área da saúde. A estimativa de receita esperada pela Prefeitura era da ordem de R$ 15 milhões, porém apenas R$ 7,7 milhões entraram nos cofres públicos. As informações foram repassadas durante Audiência Pública de Prestação de Contas da Secretaria Municipal de Saúde, realizada nesta quinta-feira (27). O presidente da Comissão de Saúde, Trabalho e Bem-Estar Social, vereador Wanderson Gandra (PSC), conduziu os trabalhos juntamente com o relator, vereador Ademir Cláudio Dias.
Gandra ressaltou que a área da saúde exige uma gestão competente, criteriosa e séria. E que, sem investimentos, a prestação de serviços se torna um calvário para à população que precisa recorrer ao SUS. “Hoje é pública a informação de que o Governo de Minas deve ao município de Ipatinga a soma de R$73 milhões em repasses para o Fundo Municipal da Saúde. O que já gerou a suspensão de atendimentos no Hospital Márcio Cunha, temporariamente. Agora foi anunciada a suspensão do Corujão nas Unidades de Saúde, o que me preocupa enquanto vereador”, afirmou o presidente.
Já Ademir Cláudio, relator da Comissão, elogiou o desempenho da atual secretária de Saúde, Érica Dias. “Até quem fim acertaram na escolha de um gestor. Estou satisfeito com o trabalho humanizado que tem sido realizado, e os elogios são para a sua gestão”, declarou o parlamentar. Vanessa Moura, do Departamento de Fundo de Saúde, falou sobre o déficit de repasses do Fundo Estadual de Saúde para Ipatinga e detalhou o impacto da falta de financiamento nas ações de toda a secretaria.
Outro ponto destacado na audiência foi a judicialização de medicamentos que nos meses de maio a agosto foram gastos R$ 978 mil em cumprimento de decisões judiciais. Vanessa afirmou que esse ano devem ser gastos R$ 4 milhões, montante que ultrapassa a realidade do município.
ATENÇÃO BÁSICA
A secretária Érica Dias ponderou que os atendimentos feitos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) são em grande parte consultas que deveriam ser feitas nas unidades de saúde. O que reflete na necessidade de fortalecimento do atendimento primário em Ipatinga e nos municípios que são referenciados para a UPA do Canaã. Sobre a falta de repasses do Governo do Estado que somam o valor de R$ 73 milhões, a gestora falou que tem solicitado aos servidores que realizem suas funções de maneira humanizada. “Nós administradores temos que usar a criatividade neste momento. Mas falta a responsabilização do Estado pelo atraso e bloqueio de verbas que são passadas pela União. Apesar da falta de recursos, temos o otimismo e a perseverança”, afirmou Érica Dias.
BLOCO CIRURGICO
O Hospital Municipal Eliane Martins possui uma demanda de construção de Bloco Cirúrgico para a realização de cirurgias eletivas. E para a sua concretização, seriam necessárias cinco parcelas do convênio ProHosp, que também não está em dia. Na perspectiva de Érica Dias, seriam necessários de três a cinco meses para a execução da obra. A presidente do Sintserpi (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Ipatinga), Marcione Menezes, questionou se a gestão do Bloco Cirúrgico, no Hospital Municipal, seria terceirizada ou se os servidores públicos concursados seriam designados para trabalhar quando a unidade ficar pronta.
Marcione também citou a sobrecarga de trabalho dos servidores da área da saúde. Ela ainda citou que a escala de trabalho e inferior a demanda apresentada, e que atualmente a ocupação da unidade hospitalar esta inferior à sua capacidade de internação. Também participaram da reunião Monica Morais, representante do Hospital Marcio Cunha; o diretor do SAMU, Dierri Nilton Carvalho; a diretora do Hospital Municipal Keila Oliveira, a secretária Adjunta Danyevens Ribeiro e o presidente do Conselho Municipal de Saúde Gleisson Pereira.