Comissão de Saúde pretende convocar prefeitos para dar mais agilidade nos atendimentos
Publicada em 30/10/2018 16:49
A solução para a sobrecarga de atendimentos na UPA de Ipatinga depende de um esforço conjunto de prefeitos e secretários municipais de saúde para reforçar a atenção básica. Um levantamento feito pela Secretaria Municipal de Saúde mostrou que 44% dos usuários que estiveram na unidade no bairro Canaã foram classificados como verde segundo o protocolo de Manchester, que é metodologia científica que categoriza o risco para os pacientes que buscam atendimento em uma unidade de pronto atendimento. A classificação verde é pouco urgente, pois se trata de um caso menos grave que exige atendimento médico, mas pode ser assistido no consultório médico ambulatorialmente.
Os municípios que mais demandaram pacientes para a UPA de Ipatinga no mês de outubro foram: Santana do Paraíso, Belo Oriente, Ipaba, Naque, Iapu, Mesquita, Açucena, Joanésia, Bugre, Coronel Fabriciano e Bom Jesus do Galho, que totalizam 925 atendimentos entre os dias 1º e 24 de outubro. Desse total, 412 pacientes poderiam ser atendidos nas unidades de saúde. Por isso, a Comissão de Saúde Pública, Trabalho e Bem Estar Social da Câmara de Ipatinga composta pelos vereadores Wanderson Gandra, Ademir Cláudio e Márcia Perozini se reuniu na tarde desta segunda-feira, 29, com vários gestores de saúde para juntos buscarem soluções que minimizem a superlotação na UPA de Ipatinga.
“O encontro foi muito produtivo e recebemos da Gerência Regional de Saúde informações importantes, para discutirmos quais os melhores encaminhamentos a serem tomados. De imediato vamos solicitar uma visita ao Hospital Eliane Martins e o Hospital Márcio Cunha para entender com são os fluxos de internação e demandas de urgência e emergência”, explicou o presidente da Comissão, vereador Gandra.
A pastora Márcia Perozini, vice-presidente da comissão, solicitou também a produção de um documento para os 35 municípios sob jurisdição da GRS de Coronel Fabriciano. A intenção é cobrar que os prefeitos e secretários municipais de saúde cumpram as metas de cobertura da Atenção Básica. “Saio da audiência com o sentimento de que é hora de buscarmos soluções. A cidade de Ipatinga não pode continuar pagando sozinha por uma conta que não é só dela. Temos que investir em divulgar o funcionamento do SUS, temos que trabalhar na recuperação da Estratégia Saúde da Família e, por fim, temos que dialogar com os municípios que utilizam dos serviços de Saúde em nossa cidade”, enfatizou Ademir Cláudio.
INTERNAÇÃO
Na região do Vale do Aço existe um déficit da ordem 234 de leitos, que correspondem a microrregião de Ipatinga. O Plano Regional de Urgência e Emergência abrange a microrregião de Ipatinga, Timóteo, Coronel Fabriciano e Governador Valadares. Segundo Débora Cabral, gerente da GRS de Coronel Fabriciano, os hospitais regionais estão com uma taxa de ocupação de 100%, praticamente todos os leitos ocupados.“Tanto no Hospital Márcio Cunha e no Hospital Eliane Martins não há vagas para internação. E os leitos do SUS estão todos ocupados, o que só comprova a sobrecarga que acontece em Ipatinga de pacientes que procuram a urgência e emergência, e que posteriormente precisam de internação”, explicou Débora
CUSTOS DA UPA
A manutenção da UPA custa aos cofres públicos a quantia mensal de R$ 2,1 milhões. De acordo com a secretaria municipal de saúde, Érica Dias, a situação financeira tende a agravar com a falta de recursos do Governo Estadual. “A nossa realidade é: 40% de pacientes de Ipatinga e 60% de outros municípios. Vamos tirar como encaminhamento da dessa audiência uma comissão para novas discussões para buscar resolutividade junto ao Estado e ao Ministério da Saúde”, afirmou Erica.
Outra medida anunciada pela Secretaria Municipal de Saúde será o recadastramento de usuários da saúde que começará no dia 19 de novembro. Atualmente existem 630 mil cadastros como moradores de Ipatinga, quando a população estimada é de 330 mil habitantes no município. “Muitas pessoas que chegam na UPA passa o endereço de algum parente de Ipatinga. E isso não pode acontecer”, explicou a secretária.
A Comissão de Saúde Pública, Trabalho e Bem Estar Social da Câmara de Ipatinga vai solicitar a convocação dos prefeitos dos 35 municípios para discutirem melhor os fluxos de atendimento de urgência e emergência. A concretização do SAMU regional também foi indicada com uma forma de controlar os fluxos de urgência e emergência nas unidades hospitalares.
Participaram da reunião o promotor do Ministério Público, Roberto Carlos de Oliveira, o representante do Conselho Estadual de Secretários Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems-MG), Ageu Quintanilha; o médico e diretor do Hospital Márcio Cunha, Mauro Oscar, o diretor de Urgência e Emergência da Prefeitura, Diego Reis; a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Ipatinga (Sintserpi), Marcione Menezes; o diretor do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Coronel Fabriciano, Ipatinga e Timóteo (SINDEESS), Aguiar dos Santos, o secretário de saúde Délio de Freitas e presidente do Conselho Municipal de Saúde de Ipatinga, Gleisson Pereira. E ainda os vereadores Lene Teixeira, José Geraldo de Andrade, Cassinha Carvalho,