Início do conteúdo

No Dia Internacional da Mulher, vereadoras falam sobre a baixa presença feminina na política


Publicada em 08/03/2019 18:34

No Dia Internacional da Mulher, vereadoras falam sobre a baixa presença feminina na política

O Dia Internacional da Mulher é comemorado hoje, dia 8 de março. A data é celebrada oficialmente desde 1975, mas sua origem remota do início do século XX, quando diversos protestos de mulheres ecoaram pelos Estados Unidos e Europa reivindicando melhores condições de trabalho e igualdade de direitos. De lá para cá, muita coisa mudou, diversos direitos individuais e sociais foram conquistados pelas mulheres, mas há diversas áreas ainda comandadas majoritariamente por homens, e uma delas é a política.

 

E a Câmara de Ipatinga é um exemplo disso. Das 19 vagas, apenas três são ocupadas por mulheres, mesmo o município possuindo mais mulheres do que homens. Em Ipatinga, 52% do eleitorado é do sexo feminino. Mas a representatividade feminina no Parlamento Municipal é de apenas 15%. A legislação eleitoral até tentou mudar essa realidade, exigindo percentual mínimo de 30% de candidatas nas disputas eleitorais, mas o quadro acaba se revertendo a favor dos homens na hora de se eleger.

 

A explicação para essa pouca representatividade, segundo a vereadora Cassinha Carvalho, que ocupa o cargo pela primeira vez, vem de inúmeros fatores, como a questão histórica, cultural, entre outros.  “A mulher enfrenta adversidades que os homens, de forma geral, não vivenciam, como o cuidado com o lar, filhos etc. Nosso mundo é e sempre foi machista. Não é por acaso que a mulher obteve direito a votar somente a partir da década de 30. E isso reflete na política até hoje”, diz ela.  Segundo a parlamentar, outra razão é a própria resistência da mulher em votar em candidatas. “A própria mulher tem dificuldade em confiar o voto em outra mulher, e isso tem que mudar. Porque entendo que a mulher na política tem qualidades que o homem não tem, como a empatia, sensibilidade, capacidade de comunicação. Todas essas qualidades geram reflexo no cuidado com o próximo e no zelo com a coisa pública”.

 

A vereadora Márcia Perozini, também parlamentar no primeiro mandato, concorda que a mulher precisa reconhecer mais seu valor na política. “A mulher sabe de sua importância para a sociedade, e quanto mais ela enxerga isso mais as coisas mudam ao seu redor." Ainda segundo a vereadora, a falta de união é realmente uma das explicações para a pouca representatividade. “Somos, sim, um número pequeno. Precisamos nos unir e nos fortalecer para que a cada dia tenhamos mais voz e possamos fazer a diferença”.

 

A vereadora Lene Teixeira, que ocupa o cargo pela quarta vez, também concorda que as causas para pouca representatividade vêm do passado e da falta de união no presente. Para mudar essa realidade, diz, o dever de uma mulher tanto no dia a dia como na política é tentar criar condições para que esse quadro se reverta num futuro próximo.   "Apesar do crescente progresso no debate público em torno das questões femininas, o número de mulheres é infinitamente inferior ao número de homens eleitos. Sabemos que isso é resultado da exclusão histórica das mulheres na política e que ainda interfere no cenário atual. É nosso dever lutar por uma visibilidade maior, abrindo caminho para as próximas gerações e buscando sempre implementar políticas públicas voltadas para a mulher."

Início do rodapé