Audiência discute o papel da Ouvidoria de Polícia
Publicada em 12/02/2004 18:32
"Ipatinga é uma das cidades mais cotadas para a instalação de uma ouvidoria de polícia definitiva. Esse é um desejo da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Ipatinga e vamos nos empenhar ao máximo para viabilizarmos a instalação da ouvidoria no município", afirmou o ouvidor geral da Corregedoria de Polícia do Estado de Minas Gerais, José Francisco, durante audiência publica na Câmara de Ipatinga. Conforme ele, a Corregedoria pretende instalar nove ouvidorias em todo o estado de Minas e Ipatinga está sendo cotada para receber uma delas. Além do corregedor geral participaram da audiência o coordenador regional do Movimento Nacional dos Direitos Humanos, José Roberto Silva, o presidente da OAB de Ipatinga, José Feliciano Neto e o presidente da Comissão de Direitos Humanos, vereador Maurinho Zanone (PSB).
Como complemento da Semana dos Direitos Humanos, a audiência, que deu seqüência ao trabalho da ouvidoria itinerante, discutiu o papel da Ouvidoria de Polícia de Minas Gerais. De acordo com o vereador Maurinho, a ouvidoria não deve só ouvir as denúncias contra a polícia, mas ouvir também a polícia. "Além disso ela propõe correções para os problemas denunciados, oferece orientação e busca a preparação de uma polícia cidadã", diz o vereador.
Denúncias foram acima da média
Durante os dois dias em que a ouvidoria itinerante esteve na Câmara foram feitas sete denúncias contra a polícia do município. "O balanço que faço deste trabalho é muito positivo, porque a idéia da ouvidoria é colher denúncias, mas principalmente divulgar o nosso trabalho, as nossas ações e o nosso papel", avalia José Francisco. "Se este número significa muito ou pouco, fica difícil avaliar. Mas eu recebo, em média, de duas a três denúncias por dia na ouvidoria geral e só aqui em Ipatinga recebemos sete. Portanto, somadas às denúncias que devem ter sido feitas em Belo Horizonte, para nós representa um número acima da média", completou. O representante do Movimento Nacional dos Direitos Humanos, José Roberto, espera que as denúncias sejam apuradas e que seja dada uma resposta a todos os denunciantes, o mais rápido possível. "Esperamos também que as pessoas possam estar fazendo suas representações de fato e com sinceridade com relação às denúncias que fizeram. O trabalho realizado foi excelente. Criamos propostas de saídas e conseguimos um diálogo, tanto com a polícia militar quanto com a civil, que pretendem rever suas situações e criar novos paradigmas para que possamos ter uma boa polícia no município", concluiu José Roberto.