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Alunos propõem nome de vítima do Massacre de Ipatinga para denominar Avenida Sanitária


Publicada em 06/10/2010 17:59

Alunos propõem nome de vítima do Massacre de Ipatinga para denominar Avenida Sanitária
Abaixo assinado com o pedido foi entregue ao vereador Agnaldo; intenção é homenagear a criança Eliane Martins, morta pela polícia
 
Alunos da Escola Municipal Shirlene Cristina Pereira estiveram em visita oficial ao gabinete do vereador Agnaldo Bicalho na tarde desta quarta-feira (06/10), véspera do aniversário de 47 anos do Massacre de Ipatinga.
 
O objetivo era entregar pessoalmente ao vereador um abaixo assinado com mais de duas mil assinaturas pedindo a criação de um projeto de lei para a denominação da nova avenida, que já há algum tempo está sendo construída às margens do Ribeirão Ipanema. A avenida vem sendo popularmente chamada de Avenida Sanitária, devido à sua localização próxima à rede de esgoto.
 
No que depender desses alunos, a história de nossa cidade não será esquecida. O abaixo assinado pede que a via pública passe a se denominar “Avenida Eliane Martins”. O nome é uma homenagem a uma criança que, no colo de sua mãe, Dona Antonieta, foi alvejada, morrendo com um tiro de metralhadora que atingiu a artéria de sua perna.
Menina Eliane, após seu falecimento, com tiro dado de metralhadora, na perna
 
O gabinete do vereador recebeu ainda, além do grupo de seis alunos da escola, as professoras Raimunda Silvana, a “Nenzinha”, e também Reny Batista.
 
A professora conta que a iniciativa partiu da realização de uma Olimpíada de Português, realizada pela escola entre os alunos do oitavo ano (sexta e sétima séries).
 
“O objetivo dessa Olimpíada é resgatar a história de nossa cidade, permitindo que os alunos participem da vida ativa do município”, pontuou Nenzinha, professora de português e idealizadora do evento.
 
O vereador Agnaldo Bicalho explicou aos alunos conhecimentos do processo legislativo e informações sobre tramitação de leis.
 
Quando um vereador apresenta um projeto de denominação de via pública, a comissão de Legislação e Justiça abre uma diligência quando deverá ser comprovado se a proposta se trata de uma pessoa realmente falecida.
 
A alteração de denominação de via só pode ocorre uma única vez. “Nós nos empenharemos ao máximo para que o projeto receba o parecer pela legalidade, podendo, assim, prestar esta justa homenagem”, defendeu Bicalho.
 
A aluna Vanessa Lima de Moura, 17 anos, que fez questão de entregar o abaixo assinado com mais de 2000 assinaturas, afirma que o objetivo da conscientização quanto à importância da historia da cidade foi alcançado. “A homenagem imortaliza o nome da pessoa e traz o resgate da historia do massacre”, completou a aluna.
 
A amigável visita dos alunos da escola Shirlene foi acompanhada também pela escritora e historiadora Marilene Tuler, autora do livro “O Massacre de Ipatinga: Mitos e Verdades”. A presença da escritora já não era estranha aos alunos. Uma palestra fora proferida por ela durante a realização das Olimpíadas de Português.
 
Segundo o vereador Agnaldo Bicalho, o projeto de lei estará pronto para a votação ainda em outubro.

 

*foto de destaque: Menina Eliane, após falecimento: livro da Marilene Tuler. "O massacre de Ipatinga: Mitos e Verdades"

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