CPI dos Kits decreta busca e apreensão à Acolari
Publicada em 28/12/2010 15:43
Solicitação para estender por 30 dias o prazo de entrega de documentos foi rejeitada; caso a empresa se negue a apresentá-los o processo será feito judicialmente
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Kits Escolares negou o pedido feito pela empresa Acolari para estender por 30 dias o prazo de entrega de documentos referentes ao contrato firmado com a Prefeitura Municipal.
A empresa de vestuário responsável por produzir materiais escolares e pedagógicos aos alunos da rede municipal de Ipatinga justificou a solicitação por meio de ofício. No documento, a empresa alega que “em decorrência do número expressivo e da complexidade dos documentos solicitados, bem como da ocorrência de período de férias coletivas na empresa, o envio de tais documentos de forma imediata está prejudicado”, alegou a Acolari.
Para o advogado Adalton Cunha, responsável juridicamente pela CPI dos Kits, o pedido não se sustenta. “Quando estivemos na sede da empresa para ouvir as pessoas envolvidas no processo a informação foi de que todos esses documentos seriam repassados imediatamente. Agora eles alegam que não podem enviá-los, pois estão sem tempo. Não aceitamos o pedido e demos o prazo de cinco dias para a entrega de todos os documentos que foram requeridos”, destacou o advogado.
Segundo o presidente da CPI, vereador Sebastião Guedes, a iniciativa da Acolari representa uma tentativa de protelar o desenvolvimento das investigações. “Nós não entendemos o motivo de se pedir 30 dias para nos apresentar notas e documentos relacionados ao contrato firmado com a Prefeitura de Ipatinga. Exigimos que essa documentação seja encaminhada o mais rápido possível e dentro do prazo estabelecido”, pontuou Guedes.
TELEFONE FALSO
O parlamentar criticou ainda o fato do telefone apresentado no ofício encaminhado pela Acolari ser falso. "Nós ligamos para o telefone que consta no rodapé do ofício que eles nos encaminharam e caiu num estabelecimento chamado Jacaré Pneus. Perguntamos para a pessoa que atendeu e ela informou que nunca ouviu falar em Acolari. Como vamos confiar em uma empresa que não apresenta nem mesmo o contato verdadeiro?", questiona Sebastião Guedes.
Em caso de descumprimento ou não atendimento à requisição da CPI, a obtenção dos documentos será feita por meio de busca e apreensão judicial, cumprida por oficial de justiça com a condenação da empresa e seus diretores. O prazo previsto para entrega dos documentos está estabelecido para o dia três de janeiro.