CPI afirma que kits escolares foram superfaturados
Publicada em 05/01/2011 17:53
Documentos comprovam que materiais escolares adquiridos pela prefeitura foram vendidos a um preço acima do mercado
O presidente da CPI dos Kits Escolares, vereador Sebastião Guedes (PT), disse que já há documentação suficiente para comprovar que houve superfaturamento na compra dos materiais escolares adquiridos pela Prefeitura por meio da empresa Acolari, com sede na cidade paulista de Tietê.
A informação foi dada durante entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (05/01).
Guedes apresentou aos jornalistas tabela comparativa dos preços dos Kits adquiridos pela Acolari através de empresas de Belo Horizonte e os valores repassados à Prefeitura de Ipatinga.
Agendas, apontadores, borrachas, cadernos, colas e demais itens escolares chegaram a custar ao município mais de três vezes o valor de mercado.
“A Prefeitura poderia ter comprado em lotes os materiais escolares pelo mesmo preço de mercado, mas optou em pagar mais para empresa Acolari”, disse o parlamentar.
Segundo o vereador, o prejuízo aos cofres públicos municipais poderia ter sido evitado se houvesse uma ampla pesquisa de preço.
“A ampla pesquisa de preço não foi feita. Quem mandou os orçamentos foram as mesmas empresas que participaram da licitação de Santa Luzia. Enfim, essa é uma formação de cartel entre as empresas. Eles transferiram para aqui a fraude de Santa Luzia.”
Não há ainda o valor exato do superfaturamento, mas Guedes adiantou que os profissionais da CPI estão calculando esse número.
Foram mais de R$ 9 milhões gastos pela Prefeitura ao longo de 2010 com a aquisição dos Kits.
Questionado se já foram identificados os servidores da Prefeitura envolvidos na fraude, o vereador afirmou que não há ainda nomes comprovados, mas que uma Ação Popular pedindo o ressarcimento dos recursos gastos pelo município será apresentada ao fim dos trabalhos da Comissão.
“Ipatinga pagou um preço alto, desperdiçou muito dinheiro e até hoje os alunos não receberam todos os itens do kit escolar”, disse ele.
A CPI ouvirá ainda mais quatro pessoas envolvidas no processo de compra dos materiais, entre as quais o prefeito Robson Gomes.