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Presidente da AAPE utiliza tribuna durante reunião ordinária


Publicada em 20/04/2011 17:24

Presidente da AAPE utiliza tribuna durante reunião ordinária

 Associação busca ajuda do Legislativo para a inserção dos epiléticos na sociedade

 

Ernane Pereira da Costa, presidente da Associação de Apoio ao Portador de Epilepsia (AAPE), fez um apelo aos Vereadores, em reunião ordinária, na tarde desta quarta-feira (20/04).

 

O representante da Associação pediu que os legisladores criem um projeto de lei que determine a introdução e a permanência das pessoas com epilepsia no mercado de trabalho e também nas escolas da cidade.

 

Outro aspecto abordado foi o fato de que todo medicamento de uso contínuo deve ser fornecido pela prefeitura da cidade, o que não está sendo cumprido.

 

“Há membros da Associação que gastam mensalmente mais de R$900,00 com medicação. Muitos deles não têm condição financeira de adquirir os medicamentos e a prefeitura não está fornecendo”, diz Ernane.

 


O Presidente da AAPE, Ernane Pereira

 

Segundo o presidente da AAPE, muitas empresas demitem o funcionário após descobrir que ele é portador de epilepsia: “A maioria dos membros da Associação possuía emprego e foi demitido depois que teve uma crise no local de trabalho. Muitas dessas pessoas não conseguiram mais trabalhar.”

 

Ele ressalta ainda que o preconceito não ocorre somente na vida profissional. “Crianças deixam de estudar porque sofrem bullying nas escolas. Além disso, existe o preconceito de toda a sociedade, muitas vezes inclusive da família, por causa do desconhecimento da doença.”

 

Marta Neves, 43, é epilética desde os 9 anos de idade. Em 1989, ela foi empregada em uma empresa e três meses depois foi demitida porque sofreu uma crise durante o horário de trabalho.

 

“Desde que tive essa crise, fui demitida e nunca mais consegui trabalho. Até hoje procuro emprego e ninguém me dá oportunidade”, diz ela, que atualmente tem as crises controladas pela medicação.

 

Lindomar Anacleto, 34, teve a primeira crise há 10 anos dentro da sala de aula. Na época, ele cursava o 2º ano do Ensino Médio e trabalhava em uma empresa da região.

 

“No dia depois da crise, eu voltei à escola e fui tratado com hostilidade. Desde então não voltei mais a estudar.”

 

Ele conta também como as pessoas reagiram no ambiente de trabalho. “Fui encaminhado para o médico da instituição e acabei ficando afastado pelo INSS durante cinco anos e meio. Quando retornei ao trabalho, fui demitido.”

 

Lindomar, assim como outros membros da Associação, precisa fazer uma cirurgia para que a doença seja curada. “Em muitos casos os remédios deixam de ser eficazes e somente a cirurgia faz com que as crises sejam cessadas”, diz o presidente da AAPE.

 

Os vereadores Agnaldo Bicalho (PT) e Dário Teixeira (PT) também usaram a tribuna para demonstrar apoio às iniciativas da Associação.

 

O Presidente Nardyello Rocha, destacou a importância da conscientização: “É fundamental incentivar toda a nossa sociedade e principalmente os geradores de emprego da importância da inserção, manutenção e respeito aos portadores de epilepsia.”

 

AAPE

 

A Associação de Apoio ao Portador de Epilepsia existe há oito anos e tem como objetivo apoiar os portadores da doença.

 

Atualmente, ela conta com a participação voluntária do médico neurologista Lucas Magalhães, do psicólogo José Estevão dos Santos e do professor Sérgio Santos. Eles atuam na garantia da qualidade de vida, do apoio psicológico, da realização de consultas médicas e no aumento da autoestima dos membros da AAPE.

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