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Responsáveis pelas mudanças não comparecem à audiência de trânsito


Publicada em 11/05/2011 17:52

Responsáveis pelas mudanças não comparecem à audiência de trânsito

 Parlamentares irão acionar o MP, para que situação de caos se regularize


Com cerca de 300 pessoas no plenário e no hall da Câmara, a audiência que debateu as alterações no transporte coletivo do Municipio ocorreu em clima de muita indignação por parte dos usuários. Houve vários desabafos de usuários que moram nos mais diversos bairros e morros de Ipatinga.

Ao fim da discussão, a Câmara produziu um relatório, que será encaminhado ao Ministério Público (MP), com todas as reclamações e sugestões ouvidas na audiência.

As principais reclamações dizem respeito à interrupção abrupta dos serviços sem prévio aviso à população, à falta de informação dos novos horários das linhas no site da instituição e à retirada de linhas dos bairros e, com isso, o aumento do trajeto das existentes.

A senhora Eunice Maria, do Cidade Nobre, disse, na Tribuna, que precisa, após as mudanças, de quatro ônibus para chegar ao serviço, que não sabe mais o itinerário dos ônibus e que já buscou informações na Autotrans, mas a resposta foi taxativa.

"A senhora pode pegar um de 5h20 em vez desse que a senhora pegava de 6h15”, foi o que me orientaram, afirma ela.

Já a moradora do Alto do Vista Alegre, Nilsinha, contou que tem que descer o morro, porque o micro-ônibus que subia para pegar os passageiros não sobe mais: “O ônibus tamanho normal não consegue subir o morro. Assim, passageiros, que antes ocupavam três ônibus, agora entram em um; idosos descendo ladeiras, doentes, enfim, um desrespeito total”.



Nilza Maria, moradora do Bom Jardim foi uma das munícipes que manisfestaram indignação

O senhor Zaquel, do Bairro Caravelas, contou que já há transporte clandestino circulando em alguns bairros. “Como diminuiu o número de ônibus, está começando a ter clandestinos. Não adianta avisar a Prefeitura. Desde 2009, protocolamos ofícios na Prefeitura e nunca obtivemos uma resposta”, lamentou ele.  

O presidente do Legislativo, Nardyello Rocha (PMDB), propôs que uma passagem valha por duas naqueles casos em que é necessário pegar dois ônibus, sendo um normal e um micro-ônibus que sobe morro, e que o sistema retorne ao que era antes.

“Integração só após planejamento, estudo que garanta maior índice de acertabilidade”, defendeu Nardyello.

Já os vereadores Sebastião Guedes (PT) e Roberto Carlos (PV) também usaram a palavra e defenderam punições severas.

“Minha proposta é travar a pauta do Executivo, até que se regularize a situação dos ônibus em Ipatinga. É muito desrespeito com a população e não podemos ficar parados, pois apesar das mudanças não terem sido feitas através de lei, foi um ato administrativo do prefeito, ele deveria ter se inteirado se daria certo ou não”, ponderou Roberto.

Estiveram presentes na audiência, além dos vereadores citados, César Custódio (PPS), José Geraldo Amigão (PDT), Dário Teixeira (PT), Nilson Lucas - Nilsinho (PMDB), Saulo Manoel (PT), o promotor da 2ª promotoria de justiça da Comarca de Ipatinga, Walter Freitas de Moraes Júnior, o diretor do Sintrocel, Sérgio Maurício, além de diversos presidentes de Associações de Moradores de Bairros de Ipatinga. 

Representantes da Prefeitura e da Autotrans, principais responsáveis pelas mudanças no transporte coletivo municipal, não compareceram à audiência pública desta terça-feira (10/05) para debater as questões relativas às alterações empreendidas pela concessionária de transporte coletivo urbano de Ipatinga.

Agnaldo Bicalho (PT) explicou que nem a Prefeitura nem a Autotrans poderiam simplesmente não comparecer à audiência, pois elas não foram convidadas, mas convocadas e, por isso, sofrerão as sanções previstas na lei orgânica municipal e no Regimento Interno.

 

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