Câmara busca solução para impasse entre PMI e ambulantes do Parque Ipanema
Publicada em 26/08/2011 16:42
Agendada reunião entre as partes para debater possível retirada de barracas da área de lazer
A Comissão de Urbanismo da Câmara de Ipatinga reuniu-se, nesta sexta-feira (26), com os ambulantes que trabalham no Parque Ipanema. Na pauta, as constantes mudanças realizadas pela Prefeitura Municipal na área de atuação dos vendedores informais.
Segundo os ambulantes, há algumas semanas a fiscalização da Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente (Sesuma) retirou algumas barracas do local e ainda mandou reduzir o tamanho daquelas que permaneceram, que atualmente têm seis metros quadrados.
Cerca de 50 ambulantes reuniram-se para expor os problemas à Comissão de Urbanismo.
O presidente da Câmara, vereador Nardyello Rocha (PMDB), intermediará uma reunião com o secretário da Sesuma, Rodrigo Gouveia Resende, na próxima segunda-feira (29), às 9h.
“É necessário ficar claro que a cidade merece um local melhor, mais organizado, que trabalhe na legalidade, tendo regras, dispondo essas barracas de forma padronizada e com condições necessárias tanto para aquele que trabalha como para os que consomem”, disse Nardyello.
O presidente da Câmara fez questão de frisar que o correto seria o Governo, através de um financiamento do Banco Popular, ou com recursos próprios, investir na padronização do local, disponibilizando recursos imprescindíveis como água e luz. Ressaltou também que o espaço físico ocupado não pode interferir na ambientação do parque.
"A situação requer cuidados. Enquanto não acertamos com a Prefeitura, através da Sesuma, ficou acordado que nenhuma intervenção será feita até a reunião, que contará com a presença de uma comissão eleita pelos próprios ambulantes", completou Nardyello.
Entenda o Caso – O Parque Ipanema é a maior e principal área de lazer de Ipatinga. O local recebe centenas de pessoas diariamente para as práticas de caminhada, corrida e lazer, contando com mais de 70 barracas.
Por serem ambulantes, os comerciantes não possuem alvará de localização de suas barracas, mas alguns ocupam lugar no Parque há mais de 15 anos.
De acordo com a ambulante Maria Rosa de Sousa, que possui barraca há 15 anos, em meados da década de 90 os vendedores colocavam e tiravam suas barracas diariamente. Não possuíam lugar fixo e tudo era improvisado.
Conforme ela, no governo passado, a fiscalização concedeu direito de local fixo e estabeleceu barracas de seis metros quadrados, sendo três para o barraqueiro trabalhar e mais três para a área de mesas e cadeiras.
“Atualmente, nós, que chegamos a investir até R$ 20 mil em barracas, fomos surpreendidos com a ordem de reduzir essas barracas para quatro metros e ainda tirá-las do local, simplesmente para colocar mais barraqueiros na área”, reclamou ela.
O vendedor Juscelino Gonçalves também reclamou da falta de padronização. “Precisamos trabalhar. Queremos que a Prefeitura estabeleça uma regra e que não fique mudando, porque de lá tiramos nosso sustento. Cresce a cada dia o número de barraqueiros e fica mais desorganizado ainda”, lamentou.
A pedido do vereador Agnaldo Bicalho (PT), uma comissão foi formada para dialogar com o secretário Rodrigo Resende e chegar a um ponto comum. “Ações ficam suspensas enquanto não se chegar a uma determinação que contemple tanto a administração como a classe trabalhadora”, enfatizou Bicalho.
Além de Agnaldo e Nardyello, estiveram presentes à reunião os vereadores Sebastião Guedes (PT), César Custódio (PPS), José Geraldo Amigão (PDT), Dário Teixeira (PT), Nilson Lucas (PMDB) e assessores dos vereadores Roberto Carlos (PV), Saulo Manoel (PT) e Maria do Amparo (PDT).
Foram escolhidos para representar a categoria os ambulantes Paulo Antônio de Sousa, Renato Januário, Juscelino Gonçalves, Nério Pereira Maciel e Maria Rosa de Sousa.
Foto destaque: Bruno Soares (http://bsjornalismo.wordpress.com)