Sind-Ute contesta calendário para reposição de aulas na rede municipal
Publicada em 06/09/2011 17:55
Em reunião com vereadores, professores afirmam que agenda imposta pela Secretaria de Educação é “extenuante e contraproducente”
A Comissão de Educação, Cultura, Turismo, Esporte e Lazer da Câmara Municipal de Ipatinga se reuniu, na tarde desta terça-feira (06), com representantes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-Ute). Na pauta do encontro, estavam denúncias de improbidade administrativa, assédio moral e práticas antissindicais, supostamente cometidas pela Secretaria Municipal de Educação contra os professores da rede municipal de ensino.
A coordenadora de departamento do Sind-Ute, Leida Tavares, entregou aos vereadores membros da comissão um documento contendo várias denúncias. Segundo a professora, a categoria não foi consultada para a elaboração de um calendário de reposição das aulas que deixaram de ser dadas por conta da greve, realizada entre os dias 8 de junho e 8 de agosto, e que foi protocolado pela Secretaria de Educação no Ministério Público.
O referido calendário prevê, segundo o sindicato, uma “reposição de aulas extenuante e contraproducente”. Entre os problemas apontados, estaria a inclusão de domingos na agenda de aulas, com previsão de atividades durante até 14 dias consecutivos, sem o descanso semanal remunerado, previsto pelas leis trabalhistas.
Segundo Leida Tavares, vários professores que não fizeram greve e, no entanto, não puderam dar aula por ausência de alunos, estão sendo obrigados a trabalhar nos dias de reposição sob pena de terem registros de faltas injustificadas e cortes em seus salários. A orientação também estaria valendo para as professoras que, durante a greve, estavam em gozo de licença-maternidade ou professores que estavam afastados por licença médica.
A reivindicação do Sind-Ute é que cada escola estabeleça seu próprio calendário de reposição, de acordo com as suas especificidades, ao invés da imposição de um calendário único para todas as escolas. A adesão à greve foi parcial e cada escola teve a paralisação por tempo diverso.
Após ouvir todas as denúncias e receber o documento elaborado pela direção do Sind-Ute, o vereador Roberto Carlos (PV), presidente da Comissão de Educação da Câmara, explicou que todo o material será examinado para posteriormente serem convocados para esclarecimentos os secretários municipais de Educação e de Administração, além do Procurador Geral do Município. O parlamentar solicitou às representantes do sindicato que encaminhassem à comissão uma listagem contendo quantos foram os dias de paralisação de cada escola.
Também participaram da reunião os vereadores Agnaldo Bicalho (PT), Sebastião Guedes (PT) e Nilson Lucas Gonçalves - Nilsinho (PMDB).
Foto destaque: Jornal Vale do Aço