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Câmara Mirim promove palestra sobre educação sem violência


Publicada em 03/10/2011 16:53

Câmara Mirim promove palestra sobre educação sem violência

“Se um tapa não dói no corpo, dói na alma”, afirma Ione Toffanelli, secretária do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente

 

A Câmara Mirim recebeu, nesta segunda-feira (03), após a realização de sua 49ª Reunião Ordinária, uma ilustre convidada para ministrar a palestra "Não bata, eduque". Secretária do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, Ione Toffanelli falou aos vereadores mirins e a uma plateia composta por estudantes da Escola Municipal Nelcina Rosa de Jesus e da Escola Estadual Engenheiro Amaro Lanari Júnior sobre a importância do diálogo entre pais e filhos, sobre respeito, responsabilidade e amor.

 

“Vocês devem estar achando estranho eu estar aqui, fazendo uma palestra com o título ‘Não bata, eduque’ para uma platéia formada por crianças e adolescentes. Mas é porque hoje vocês são crianças, mas amanhã estarão casados e terão filhos. E como é que vocês criarão seus filhos?”, questionou a especialista nos direitos das crianças e adolescentes.

 

Muito bem-humorada, Ione Toffanelli começou a palestra contando um pouco do seu passado e da história de Ipatinga. Hoje com 77 anos de idade, a então professora chegou a Ipatinga em 1960, acompanhando o marido que veio para trabalhar na construção da Usiminas. Segundo ela, foi justamente naquela época que começaram os problemas sociais na região e a sua atuação nessa área.

 

“Para construir a Usiminas, foram contratadas muitas empreiteiras de fora. Elas trouxeram o desenvolvimento, mas também muitos problemas. Muitos trabalhadores que vieram para cá deixaram suas famílias em suas cidades de origem e acabaram formando novas famílias aqui. Depois, eles voltavam para suas casas e deixavam, em Ipatinga, mulheres e filhos desamparados”, lembrou a pioneira, que ajudou a criar, naquela época, o Serviço de Promoção da Pessoa Humana (SEPH).

 

Em sua palestra, Ione Toffanelli também falou aos estudantes sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a criação da Rede "Não Bata, Eduque", em 2005.

 

“Quem é que gosta de apanhar? Se um tapa não dói no corpo, dói na alma. Os pais precisam ter autoridade na vida dos filhos e não serem autoritários. Através de um olhar, podemos trocar muitas coisas com os filhos, como autoridade e afetividade”, ressaltou a palestrante.

 

A Rede "Não Bata, Eduque", formada por instituições e pessoas físicas, atua como movimento social com o objetivo de erradicar os castigos físicos e humilhantes e estimular uma relação familiar respeitosa, que garanta o direito das crianças à integridade física e psicológica e a seu pleno desenvolvimento como ser humano e como cidadão. Sua missão é contribuir para o fim da prática dos castigos físicos e humilhantes, seja no meio familiar, escolar ou comunitário.

 

Ao final da palestra, Ione Toffanelli distribuiu para os estudantes presentes cópias do Estatuto da Criança e do Adolescente e a cartilha "Educar sem bater dá certo".

 

 

 

O que são castigos físicos e humilhantes ?

 

É uma forma de violência aplicada por uma pessoa adulta com a intenção de disciplinar para corrigir ou modificar uma conduta indesejável. É o uso da força causando dor física ou emocional à criança ou adolescente agredido. É uma forma de violência contra a criança e uma violação de seu direito à dignidade e integridade física.

 

 

Abaixo seguem alguns exemplos:

 

- Palmadas

- Beliscões

- Tapinhas na mão

- Pontapés

- Puxão de cabelo

- Rejeição ou desqualificação da criança ou do adolescente

- Bater com a mão ou com um objeto (vara, cinto, chicote, sapato, fios)

- Xingamentos, humilhações

- Castigos excessivos, recriminações, culpabilização

- Ameaças

- Uso da criança como intermediário de desqualificações mútuas entre os pais em processo de separação

- Responsabilidades excessivas para a idade

- Sacudir ou empurrar a criança

- Clima de violência entre os pais e de descarga emocional em cima da criança

- Obrigá-la a permanecer em posições incômodas ou indecorosas

- Obrigá-la a fazer exercícios físicos excessivos.

- Surras

- Chacoalhar a criança

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