Vereadores de Ipatinga conhecem filosofia do Método APAC em Itaúna
Publicada em 22/11/2011 15:23
Os vereadores Nilton Manoel (PMDB) e César Custódio (PT) integraram uma comitiva do Vale do Aço que visitou, no dia 18 deste mês, a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) de Itaúna, na região Oeste de Minas Gerais. Acompanhado da juíza da Vara de Execuções Criminais de Ipatinga, Marli Maria Braga, de jornalistas e de outras autoridades, os parlamentares tiveram como objetivo avaliar a possibilidade de ser instalada uma unidade da Apac em Ipatinga.
A APAC é uma entidade civil de direito privado, com finalidade de atuar na área de execução da pena de condenados pela Justiça, suprindo o Estado na preparação do preso para seu retorno ao convívio social, além de buscar a participação da sociedade na ajuda necessária ao seu processo de ressocialização.
Nilton Manoel, o presidente da Apac de Ipatinga, Luiz Fernando
Costa, e a juíza Marli Maria Braga
Denominados recuperandos, os presos trabalham e estudam, preparando-se para a vida futura, como cidadãos úteis à sociedade da qual saíram desviados. As chaves do presídio, ou seja, do portão da entrada, das celas e dos alojamentos são guardadas pelos próprios recuperandos. Não existem policiais nem agentes carcerários no presídio. As celas são limpas e organizadas pelos detentos.
O método APAC vem sendo aperfeiçoado e hoje tem alcançado grande repercussão no Brasil e no exterior. Apresentando índices de reincidência inferiores a 5% (no sistema comum a média de reincidência é de 86%), são aproximadamente 150 unidades em todo o território nacional, e várias já foram implantadas em outros países.
A APAC recomenda os trabalhos laborterápicos (artesanatos) para o regime fechado, pois nessa fase é necessária a descoberta dos próprios valores do recuperando, para que ele possa melhorar sua autoimagem, valorizar-se como ser humano.
Recuperando trabalha com artesanato na APAC de Itaúna
A filosofia da APAC tem por objetivo colocar em primeiro lugar o ser humano, e nesse sentido todo o trabalho deve ser voltado para reformular a autoimagem do homem que errou. Chamá-lo pelo nome, conhecer sua história, interessar-se por sua vida, visitar sua família, atendê-lo em suas justas necessidades, permitir que ele se sente à mesa para fazer as refeições diárias e utilize talheres, são algumas das medidas adotadas pelo Método que ajudam o recuperando a descobrir que nem tudo está perdido.
A educação e o estudo recebem especial atenção pelo Método APAC, uma vez que, em nível mundial, é grande o número de presos que têm deficiências nesse aspecto.
A necessidade imperiosa de o recuperando fazer a experiência de Deus, ter uma religião, amar e ser amado, não impondo este ou aquele credo, é outra diretriz do trabalho de recuperação dos condenados pela Justiça.