Creches aguardam posicionamento do governo
Publicada em 02/02/2012 18:33
Vereadores esperam reunir-se com prefeito nesta sexta para resolver impasse quanto à paralisação
Em reunião nesta quinta-feira (02/02) com vereadores integrantes da Comissão de Educação, representantes das creches conveniadas com o governo municipal decidiram aguardar o posicionamento da prefeitura para colocar um fim à paralisação iniciada neste ano.
Após diversas tentativas frustradas, o prefeito Robson Gomes (PPS) sinalizou um possível encontro com os vereadores e representantes das creches nesta sexta-feira (03/02), embora a prefeitura não tenha confirmado até as 18h desta quinta. A expectativa, caso haja o encontro, é de que saia um possível acordo.
Representante de creche se manifesta em reunião realizada nesta quinta na Câmara
“Temos tentado nos reunir com o prefeito sem êxito. Há uma previsão de que ele [Robson Gomes] nos receberá amanhã [sexta]. Vamos aguardar”, disse o vereador César Custódio (PT), presidente da Comissão de Educação.
Mais de 40 creches fecharam as portas por falta de verbas. Segundo representantes, a redução unilateral, por parte do governo, de 25% do valor dos repasses inviabiliza a manutenção dos trabalhos. Recurso de R$ 1,5 milhão devolvido pela Câmara às entidades também não teria chegado, apesar de promessas da prefeitura.
“Não temos condição de continuar”, desabafou Cássio Basílio, presidente da creche do bairro Bela Vista, que reclamou das dívidas contraídas no ano passado em razão da redução dos repasses.
Foi decidido que, enquanto os pagamentos pendentes não forem regularizados, a paralisação continuará. Manifesto na porta da prefeitura foi marcado para as 17h da próxima quarta-feira (11/02).
Já com o ano letivo em andamento, a principal preocupação dos vereadores é com as mais de 6 mil crianças atendidas. Apenas 8 das 52 creches estão funcionando.
Joana com seu filho que não tem onde ficar após imbróglio entre prefeitura e creches
“As mães não têm onde deixar seus filhos. Queremos que a administração municipal preste esclarecimentos a essas famílias que não sabem o que fazer”, disse Roberto Carlos (PV), vice-presidente da Comissão.
É o caso da ipatinguense Joana D’arc. Após ser admitida em um novo emprego, Joana não sabe onde deixar seu filho. Moradora do bairro Veneza II, ela tentou deixá-lo na creche do bairro, mas acabou encontrando as portas fechadas. Revoltada, Joana iniciou uma maratona. Foi ao Serviço de Assistência Social do Município, à prefeitura e, enfim, à secretaria de educação, onde não foi recebida pelo secretário. Ignorada, Joana acabou participando da reunião de hoje entre representantes das creches e vereadores, quando teve a oportunidade de expor seu problema.
“Fui levar meu menino e não receberam. Fiquei indignada. Tenho que trabalhar. Minha obrigação como mãe é cobrar pelos direitos dos meus filhos”, disse ela.