CPI vê indícios de superfaturamento em contrato assinado pela Prefeitura
Publicada em 08/02/2012 18:42
Ao ser ouvido, ex-secretário afirma que Urbis ofereceu desconto a servidores municipais; mais 13 testemunhas serão ouvidas nesta quinta
A Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada na Câmara Municipal de Ipatinga (www.camaraipatinga.mg.gov.br) levantou a suspeita de superfaturamento entre o contrato firmado entre a prefeitura e a empresa URBIS, que presta consultoria jurídica na recuperação de valores pagos indevidamente para alguns órgãos federais, entre os quais o INSS.
Ao ser ouvido, durante oitivas nesta terça-feira (07/03), o ex-secretário de administração Hugo de Almeida afirmou que a Urbis ofereceu desconto de 60% sobre os valores devidos pela prefeitura à empresa. O desconto, segundo o presidente da CPI, vereador Agnaldo Bicalho (PT), “não faria sentido se o contrato fosse sério”.
“Se fosse justo [o contrato], não seria oferecido um desconto tão grande”, disse.
O ex-secretário afirmou ainda que, durante sua permanência no primeiro escalão do governo Robson, não conseguiu comprovar se o serviço foi devidamente prestado pela consultoria.
Apesar disso, conforme divulgado pelo portal da transparência, a prefeitura repassou R$ 9 milhões à Urbis. Segundo o parlamentar, esse valor poderia ter sido poupado se o serviço fosse realizado por servidores do Município.
“A despesa seria infinitamente menor se a prefeitura mobilizasse servidores para tratar da recuperação de valores pagos ao governo federal, com um custo praticamente zero.”
Além do ex-secretário, outras seis testemunhas foram ouvidas, todas servidores e ex-servidores da Prefeitura.
“Houve uma série de procedimentos equivocados realizados pelos servidores, como pagamentos sem a verificação adequada do contrato, da assinatura, e até mesmo sem saber se o serviço foi realmente prestado”
A CPI iniciará a segunda rodada das oitivas nesta quinta-feira (09/02), às 13h, no plenário da Câmara Municipal de Ipatinga (www.camaraipatinga.mg.gov.br).
Dessa vez, serão 13 convocações, todas apontadas pela defesa do prefeito Robson Gomes (PPS), suspeito de ter cometido crime de improbidade administrativa.