Ipatinga passará a contar com a "Comissão Especial Memória e Verdade". A finalidade é levantar informações referentes a possíveis casos de grave violação dos direitos humanos, ocorridos no âmbito do Município de Ipatinga, no período de 1946 a 1988.

 

 

O requerimento que pede a instauração da Comissão é de autoria do vereador Agnaldo Bicalho e foi aprovado na 1ª sessão da reunião ordinária da Câmara Municipal de Ipatinga, realizada na tarde desta segunda-feira (21).

 

 

A Comissão Especial "Memória e Verdade" terá como principal atribuição levantar as informações, preparando e encaminhando o respectivo relatório à apreciação da Comissão Nacional da Verdade. Será também responsável por acompanhar a análise das informações relatadas até a conclusão final pela Comissão nacional.

 

 

Segundo Agnaldo Bicalho, Ipatinga já apresenta dois casos públicos que servirão como ponto de partida. “O massacre de 7 de Outubro de 1963 não poderá ficar de fora. Naquele dia, trabalhadores sumiram, nunca mais voltaram para suas casas. Um caso de grave violação dos direitos humanos. Até hoje não se sabe o verdadeiro número de mortos e desaparecidos”, disse o vereador.

 

 

Outro caso de violação dos direitos humanos citado pelo vereador foi o caso do “Grupo dos Onze”, liderado no âmbito nacional pelo ex-governador do Rio de Janeiro Leonel Brizola. Em Ipatinga, havia integrantes daquele grupo que lutava contra as arbitrariedades da ditadura militar e que acabaram torturados ou desaparecidos.

 

 

Em âmbito nacional, a Comissão, prevista no art. 2° da Lei n° 12.528, de 18 de novembro de 2011, foi instituída pela Presidente Dilma Rousseff através de decreto publicado no Diário Oficial da União em 11 de maio deste ano.

 

 

A Comissão, que deverá funcionar por dois anos, divulgará nos próximos dias os nomes de seus vereadores integrantes.