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Em palestra na Câmara Mirim, comissário da Infância e Adolescência alerta sobre os perigos das drogas


Publicada em 03/09/2012 18:26

Em palestra na Câmara Mirim, comissário da Infância e Adolescência alerta sobre os perigos das drogas

A Câmara Mirim de Ipatinga realizou reunião ordinária na tarde desta segunda-feira (03), com a presença de alunos da Escola Estadual Laura Xavier Santana, do bairro Bom Jardim, e da Escola Municipal Arthur Bernardes, do bairro Canaã.

Após a apresentação de indicações dos vereadores mirins, o comissário da Vara da Infância e Adolescência e agente penitenciário Mário Ferreira Duarte ministrou uma palestra sobre drogas, bullying e pedofilia. Com diálogo franco e direto, Mário Duarte contou um pouco da sua experiência profissional e alertou sobre os perigos das drogas: “Hoje, no Ceresp, há vários jovens - que conheci em palestras como esta, nas escolas de Ipatinga - presos por tráfico de drogas ”.

 

Com ênfase na disciplina e respeito, o palestrante chamou a atenção dos jovens para a postura que deveriam ter em diversas situações na sociedade. Falou sobre o uso indevido de bonés em determinados lugares, as conversas paralelas em sala de aula e outros locais, a demonstração de boa vontade diante de deveres cívicos, como ficar de pé durante a execução do Hino Nacional Brasileiro, entre outras coisas.

 

Mário Duarte explicou aos estudantes as diferenças entre drogas lícitas e ilícitas. “Cigarros, bebidas alcoólicas e remédios são drogas lícitas e vendidas livremente, mas também causam dependência e fazem mal à saúde”, afirmou.

 

Roubar e matar

Conforme o palestrante, muitos jovens acreditam que, ao fazerem uso de drogas, não estão causando mal a ninguém, mas apenas a eles próprios. “Isso é um engano, pois as famílias de dependentes também são atingidas e se tornam co-dependentes. Um viciado acaba sendo obrigado a roubar e, às vezes, chega a matar para conseguir sua droga. Dessa forma, ele está causando muito mal a outras pessoas”.

 

Para Mário Duarte, as drogas são hoje um problema de saúde pública e, infelizmente, sempre existirão. “Nós temos que analisar os fatores que levam os jovens a usarem a droga. Na maioria das vezes, isso está relacionado com a desestruturação familiar e com a falta de Deus. A mídia hoje também faz uma lavagem cerebral nos jovens e acaba incentivando o uso de drogas, como as bebidas alcoólicas, associadas ao esporte e a mulheres bonitas”.

 

Mário Duarte concluiu a palestra dizendo aos estudantes que a escolha é de cada um. “Eu não tenho poder de proibir ninguém de fazer alguma coisa, portanto a escolha é de vocês: a morte ou outros meios mais saudáveis para viver, como o esporte, a dança, a música e a sabedoria que vem da Bíblia Sagrada”.

 

 

Pedofilia e bullying

Com relação à pedofilia, Mário Duarte explicou se tratar de um desvio da sexualidade e ressaltou a importância das denúncias por parte da população. “Temos feito algumas prisões através de denúncias à Vara da Infância e do Adolescente. Muitas vezes o pedófilo é uma pessoa da própria família da criança: o pai, padrasto, tio ou um amigo. São adultos que conquistam a confiança da vítima com presentes, balas, chocolates e depois praticam o abuso. São lobos em pele de cordeiro”.

 

Sobre bullying, o comissário de menores exibiu alguns vídeos nos quais foram registradas reações de vítimas dessa prática. “Bullying não é brincadeira. Dar um tapa na cabeça do colega de escola não é brincadeira, é agressão, violência. Vocês se lembram do caso que houve recentemente numa escola do Rio de Janeiro, quando vários estudantes morreram? O autor do massacre havia sido vítima de bullying. Eu mesmo tive um amigo de adolescência que foi vítima dessa prática e acabou se matando. Seis meses depois, a mãe dele também colocou fim à sua vida”.

 

Mário Duarte concluiu sua palestra na Câmara Mirim com um vídeo motivacional sobre mudança de atitude. “Algumas palavras minhas podem parecer duras, mas eu desejo o melhor para vocês. Temos que ter atitude! Vocês estão em processo de formação; portanto, dediquem-se aos estudos. Precisamos mudar nossa postura e conduta na vida. Hoje, a média de idade dos presos no Ceresp é de 21 anos e a maioria não sabe sequer assinar o próprio nome”.

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