Representantes do centro de compras garantem que todas as exigências da lei estão sendo cumpridas

O vereador Agnaldo Bicalho, que presidiu a audiência pública, afirmou que "uma saída é aprovar o projeto com ressalvas"

Cerca de 250 pessoas participaram da audiência pública para discutir o projeto de expansão do Shopping do Vale do Aço. Proposta pela Comissão Permanente de Urbanismo, Transporte, Trânsito e Meio Ambiente da Câmara Municipal de Ipatinga, a audiência foi um espaço democrático de debates. O evento serviu para atenuar o tom e desfazer o mal-entendido noticiado pela imprensa local de que os membros do Conselho de Meio Ambiente (Codema) eram contrários à obra ou estavam impedindo a tramitação do projeto.

 “O projeto foi protocolado na Prefeitura com todos os impactos, todas as solicitações previstas em lei, explicando os impactos de vizinhança, estudo de trânsito e outras prerrogativas para esse tipo de projeto. Estamos à disposição para esclarecer dúvidas e promover adequações, caso seja necessário”, disse Marcelo Couri, engenheiro que coordena o projeto de expansão do centro de compras.

Todos os membros do Codema que utilizaram a tribuna disseram ser favoráveis à expansão. Em sua maioria, afirmaram não ter recebido do Executivo a cópia do projeto para ser analisado. “Iremos aprovar a obra, desde que na reunião do próximo dia 6 entendamos que o projeto está adequado à legislação. Ninguém é contra o crescimento do Município, como foi veiculado, mas também não vamos aprovar nada a toque de caixa porque temos responsabilidade com o Município. No futuro, se houver algo mal feito, será de nossa responsabilidade também”, disse o conselheiro Manoel Simões.

Esse posicionamento foi reiterada pela conselheira Glaicy Kelli. “Temos disponibilidade para aprovar o projeto, até mesmo extraordinariamente, quantas vezes for necessário, mas desde que tudo que seja apresentado, seja correto. Ainda falta documentação”, enfatizou ela.

O vereador presidente da Comissão de Urbanismo, Transporte, Trânsito e Meio Ambiente, Agnaldo Bicalho (PT), já foi presidente do Codema. Ele disse que uma saída é aprovar o projeto com ressalvas. “Precisamos aprovar o crescimento sim, mas com ressalvas que assegurem que o trabalho técnico dos membros do Codema seja respeitado. Com boa vontade, podemos equilibrar este processo”, disse o parlamentar.

Conforme o presidente do Codema, Francisco Blanc, houve muita pressão e falácia desnecessária em torno da expansão. Já o vice-presidente do órgão, Francisco Santiago, esclareceu que foi com a apresentação dos representantes do Shopping do Vale que os conselheiros tiveram mais informações. “Antes, poucas páginas foram entregues para serem deliberadas”, disse.

 

Expansão

De acordo com Marcelo Couri, a expansão é fruto de uma pesquisa de mercado que detectou a necessidade do projeto desde o ano de 2004. “Estamos associados com diversas empresas de renome nacional, a exemplo de C&A, Renner e outras lojas de departamento presentes nos grandes shoppings nacionais”, explicou Couri.

O shopping conta hoje com 97 lojas e passará a ter 227 lojas, além de mais uma sala de cinema. As 1.035 vagas de estacionamento serão ampliadas para 1.716, sendo 610 cobertas. Serão 68 mil metros quadrados construídos, hoje são 48 mil. Uma torre de 18 andares será erguida e poderá abrigar um hotel ou escritórios. “De início serão projetados apenas quatro andares, que se confundirão com o próprio shopping. Mas haverá estrutura para subir o empreendimento”, explicaram os responsáveis pelo projeto.

Participaram da audiência os vereadores Roberto Carlos (PV), César Custódio (PT), Nilsinho (PMDB) e Dário Teixeira (PT); os vereadores eleitos Nilsim da Transnil (PRTB) e Jadson (PPS); o superitendente do Shopping, Washington Pimenta; o representante da CUT, Cláudio Marconi; além de conselheiros, empresários, presidentes de Conselhos, imprensa e comunidade em geral.