Marcha contra o crack e outras drogas reune 10 mil em Ipatinga
Publicada em 12/07/2013 12:12
Evento promovido pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais contou com apoio de vereadores
Apenas 30 a 40% dos dependentes químicos que conseguem internação se recuperam no Vale do Aço. Em todas as 14 comunidades terapêuticas da região, sendo quatro em Ipatinga, há fila de espera e faltam, sobretudo, as vagas sociais, que são aquelas custeadas por verbas públicas. A informação é do presidente do Conselho Municipal de Políticas Públicas sobre Drogas (Conpud), Flávio Azevedo.
Preocupada com o crescente aumento de usuários de crack e outras drogas, a Assembléia Legislativa de Minas Gerais, com apoio da Câmara Municipal de Ipatinga e outras instituições, organizou nesta sexta-feira (12/07) uma marcha contra as drogas no município, reunindo 10 mil pessoas, conforme dados da Polícia Militar.
A intenção do evento, que contou com a presença de estudantes de 22 escolas, foi chamar a atenção para o problema envolvendo a população e buscar soluções conjuntas tanto para combater o uso de entorpecentes quanto para promover a cura daqueles que se encontram doentes.
“Neste momento, em que o país está em ampla manifestação, promovemos esta marcha para chamarmos a atenção da população. O crack já é considerado uma epidemia e não é o único vilão. Precisamos promover políticas públicas de combate ao uso, porque uma vez usuário, e dependente, são muitas as dificuldades até conseguir o processo de cura”, enfatizou vereador Roberto Carlos (PV).
Para Flávio Azevedo, cada comunidade terapêutica do Vale do Aço trabalha com métodos próprios e todas operam com o número máximo de internos. “São principalmente jovens adultos que procuram ajuda. Não conseguimos atender a demanda. Muitas famílias não têm como arcar as despesas e grande parte destas comunidades não está pronta para captar recursos governamentais porque precisam se adequar as normas estabelecidas no Ministério da Saúde”, pontuou.
O vereador Jadson Heleno (PPS) esclareceu que a mobilização jovem foi fundamental para o sucesso da marcha. “O crack se tornou um problema de todos. Envolver os jovens neste ato contra as drogas foi fundamental, porque são os jovens os mais prejudicados. Mostrar-lhes as conseqüências, as dificuldades encontradas para as famílias que buscam ajuda e o convívio social daqueles que conseguem a cura é extremamente importante”, enfatizou.
Presente na marcha, o padre Aloízio Viera, da comunidade Sagrada Família, comentou que a iniciativa é um ponta-pé inicial para outros trabalhos que devem ser propostos por aqueles que promovem a política pública no município.
“A cura não é algo fácil, então temos que agir no combate. Esta marcha aconteceu em muitas cidades mineiras e Ipatinga está de parabéns porque foi à cidade que mais mobilizou pessoas. Sabemos que podemos contar com gestores comprometidos e vereadores atuantes. Vamos seguindo nesta luta em busca de soluções para este problema”, elogiou o presidente da Comissão Estadual contra o crack deputado Vanderlei Miranda (PMDB).
Compareceram à manifestação os vereadores Lene Teixeira (PT), Adiel Olieveira (PPS), o presidente do Legislativo, Ley do Trânsito (PSD), Juarez Pires (PT), Toninho Bethânia (PCdo B), os deputados Rosangela Reis (PV) e Celinho do Sinttrocel (PC do B), a superintendente regional de ensino, Maria Do Carmo Silva Melo, o vice prefeito Coronel Ramalho, secretários municipais, professores, presidentes de associações de moradores, líderes comunitários e comunidade em geral.