Unidade de saúde do Vila Militar receberá nome de líder comunitária
Publicada em 21/11/2013 18:08
Homenagem foi proposta pelo vereador Agnaldo e aprovada por unânimidade
A Unidade Básica de Saúde do bairro Vila Militar passará a se chamar Maria Edésia de Araújo Pereira. A homenagem foi proposta pelo vereador Agnaldo Bicalho (PT) e aprovada por unanimidade na reunião ordinária desta quarta-feira (20).
“A líder comunitária foi escolhida porque sempre atuou de maneira destacável. Era uma mulher que militava no Movimento dos Sem Teto, da Central de Movimentos Populares, fiel da Igreja Católica atuava nas pastorais e trabalhava sempre em favor do próximo. Nada mais justo que um prédio público leve seu nome”, comentou o autor do projeto de lei.
A família de Maria Edésia acompanhou no plenário toda a votação. Sua filha, Paloma de Araújo, disse que aquela era a primeira vez que alguém de sua família era lembrada pelo Poder Público e por isso se sentia muito feliz e realizada.
“Saber que a Câmara aprovou de forma unânime este projeto, que homenageia minha mãe, nos deixa muito felizes. A memória de seu trabalho e de sua luta nunca será apagada. Só temos a agradecer a todos os vereadores”, disse Paloma.
Também presente ao plenário, o ex-vice-prefeito Vinícius Varela elogiou a iniciativa. “É interessante destacar que é mais comum pessoas de classe média alta serem lembradas. A homenagem é feita a uma mulher negra, pobre, líder popular, incansável na luta pelo direito dos pobres e que fazia do bem ao próximo uma prática cristã. Só tenho a elogiar a iniciativa”, comentou.
O projeto aguarda segunda votação, o que deve ocorrer na próxima semana, e depois segue para sanção do Executivo.
História
No início da década de 80, Maria Edésia ajudou a fundar a Pastoral da Favela, tendo uma contribuição fundamental para a retirada de moradores, junto com a Prefeitura Municipal de Ipatinga, de debaixo das pontes.
A líder comunitária também foi professora do Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos (MOVA) e, em 1987, tornou-se membro do Movimento da Mulher Marginalizada. Ainda em 87 foi eleita conselheira estadual da Associação Nacional do Solo Urbano (ANSUR), que fomentou a discussão sobre o Plano Diretor de Ipatinga.
Maria Edésia foi ainda gerente do Departamento Municipal de Habitação e assessorou o secretário municipal de Governo e Ação Social.
Em 2003, foi candidata a vereadora pelo PT e nunca deixou de lado seus trabalhos religiosos. Faleceu em 22 de agosto de 2013 aos 53 anos.