Vereadores e conselheiros municipais fiscalizam obra da UPA de Ipatinga
Publicada em 03/02/2014 17:28
Má qualidade do material utilizado no acabamento do prédio da unidade hospitalar gera preocupação e indignação em vereadores e conselheiros municipais
Acompanhados do presidente do Conselho Municipal da Saúde, José Lameira, do presidente Conselho Municipal de Saúde, Elianderson Lima, os vereadores Leo Escolar e Ley do Trânsito, assessorados pela engenheira civil e analista técnica da Câmara Municipal de Ipatinga, Shirley Melo Maciel, fizeram na tarde da última sexta-feira (31/01) uma visita de fiscalização nas obras da Unidade de Pronto Atendimento de Ipatinga.
A unidade hospitalar, que será inaugurada no próximo dia 14, que demandou investimento total da ordem de R$ 7 milhões, sendo R$ 5 milhões do governo estadual e R$ 2 milhões do governo federal, está com a obra na fase final de acabamento. A comitiva fez uma avaliação das condições da pintura interna e externa, das instalações internas, como banheiros, pias, pisos, portas, janelas e armários, já devidamente instalados no prédio.
“Recebemos uma denúncia dos presidentes dos dois Conselhos Municipais de que estariam sendo utilizados nesta obra materiais fora das especificações técnicas do projeto. A unidade foi construída com recursos estaduais e federais, mas a administração e fiscalização da obra é de responsabilidade da prefeitura de Ipatinga. Por isso mesmo, na condição de agentes fiscalizadores, não poderíamos nos omitir diante de denúncias tão graves. Sinceramente, fiquei extremamente preocupado com o que vi. Mas precisamos primeiro receber da prefeitura o projeto original da obra e o memorial descritivo dos materiais a serem utilizados, que estaremos solicitando já na segunda-feira, em caráter de urgência, para que a engenheira da Câmara, que aqui esteve e tudo registrou, possa realizar uma análise e nos apresentar um relatório final informando se a obra foi realizada com matérias que atendem as especificações técnicas ou se houve utilização de material inadequado, fora dos padrões”, destacou o presidente da Câmara de Ipatinga, vereador Ley do Trânsito.
O vereador Léo Escolar destacou que fiscalizar é uma das funções precípuas do vereador e que dela não abre mão. “Eu trouxe comigo um funcionário do meu gabinete que é técnico em pintura, um profissional especializado, que está indignado com a qualidade das tintas utilizadas, principalmente na parte interna. Segundo ele, totalmente fora dos padrões exigidos no projeto, e também dos exigidos pela Anvisa. Gente, estamos falando de uma unidade hospitalar, isto não é brinquedo. Ainda não temos um laudo técnico, mas a má qualidade do material utilizado aqui salta aos olhos”, desabafou o vereador.
Para o presidente do Conselho Municipal da Saúde, José Lameira, a situação encontrada é muito preocupante. “Não podemos deixar que o dinheiro público seja aplicado de forma incorreta e irresponsável. Fiquei extremamente preocupado com o que vi e acredito que não haverá tempo para as devidas correções antes da inauguração. Como posso imaginar esta UPA sendo toda pintada de novo, com a tinta especificada no memorial descritivo, neste curto espaço de tempo. Isto sem falar nos outros itens, também de grande importância para a saúde tanto dos pacientes quanto dos funcionários. Estamos tratando de saúde pública, de vidas humanas. Com isto não se brinca. O que estamos vendo aqui beira a irresponsabilidade”, enfatizou.
O presidente do Conselho Municipal do Orçamento, Elianderson Lima, se mostrou indignado com o que viu durante a vistoria. “Não podemos aceitar uma situação desta. Estamos vendo aqui um exemplo de falta de compromisso com o dinheiro público. É um absurdo. Material de baixa qualidade, vários remendos em uma obra que ainda nem foi entregue, uma pintura totalmente fora dos padrões, com tinta de baixíssima qualidade. Sou presidente de um Conselho importante desta cidade e não vou me calar diante desta situação. Também não quero inviabilizar a inauguração desta UPA, mas é preciso deixar bem claro, a quinze dias da inauguração, as mazelas desta obra. A população tem que tomar conhecimento desta situação”, desabafou.