Comissão de Saúde prevê plano de ações para combate à Leishmaniose visceral em Ipatinga
Publicada em 28/02/2014 13:32
Os vereadores que integram a Comissão Permanente de Saúde, Trabalho e Bem Estar Social da Câmara Municipal definiram um plano de ações de combate ao risco de epidemia de leishmaniose visceral em Ipatinga. Durante reunião com o biólogo da vigilância epidemiológica do município, Wallacy Marins, realizada na tarde desta quinta-feira (27), foi deliberado o agendamento de uma série de encontros com os conselheiros municipais de Saúde, membros das Comissões locais de Saúde, gerentes das unidades básicas, agentes comunitários e demais setores da Administração Municipal, com a finalidade de fomentar as informações necessárias para combater o mosquito transmissor da doença.
A Leishmaniose visceral, ou calazar, é uma doença transmitida pelo mosquito-palha ou birigui que, ao picar, introduz na circulação do hospedeiro o protozoário Leishmania chagasi. Nos centros urbanos a transmissão se torna potencialmente perigosa por causa do grande número de cachorros, que adquirem a infecção e desenvolvem um quadro clínico semelhante ao do homem. A doença não é contagiosa nem se transmite diretamente de uma pessoa para outra, nem de um animal para outro, nem dos animais para as pessoas. A transmissão do parasita ocorre apenas através da picada do mosquito fêmea infectado.
Segundo o biólogo Wallacy Marins, Ipatinga já registrou neste ano seis casos da doença. "Este número é altíssimo se pensarmos que nossa cidade passou a contar com casos autóctones apenas em 2013, com doze casos no decorrer de todo o ano. O poder público precisa redobrar sua atenção para o risco real de epidemia", afirma o profissional.
Os principais sintomas da leishmaniose visceral são febre intermitente com semanas de duração, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, anemia, palidez, aumento do baço e do fígado, comprometimento da medula óssea, problemas respiratórios, diarreia, sangramentos na boca e nos intestinos.
O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações que podem pôr em risco a vida do paciente. Além dos sinais clínicos, existem exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico. Entre eles destacam-se os testes sorológicos, e de punção da medula óssea para detectar a presença do parasita e de anticorpos.
CÃES
Ainda de acordo com o biólogo, é de suma importância que os proprietários de cães e gatos levem seus animais ao Centro de Zoonozes de Ipatinga para que sejam feitos os exames necessários e detectada existência da doença.
"A população precisa saber que a doença existe e como proceder para combatê-la", completou Wallacy Marins.
A vereadora Lene Teixeira (PT), presidente da Comissão Permanente de Saúde, Trabalho e Bem Estar Social da Câmara, se comprometeu em providenciar, via Comissão, os encontros com os profissionais envolvidos ao assunto para disseminar as informações necessárias ao combate à proliferação da leishmaniose visceral em Ipatinga.
"Vamos oficiar todos os profissionais de nosso município ligados e esta área, bem como conselheiros de Saúde e demais agentes envolvidos. Além disso, vamos encaminhar os encaminhamentos pertinentes para que o Executivo também tome as providências cabíveis", finalizou a parlamentar. Comissão Permanente de Saúde, Trabalho e Bem Estar Social é composta ainda pelos vereadores Adelson Fernandes (PSB), vice-presidente, e Ademir Cláudio Dias (DEM), relator.
Recomendações de combate ao mosquito transmissor da doença
* Mantenha a casa limpa e o quintal livre dos criadores de insetos. O mosquito-palha vive nas proximidades das residências, preferencialmente em lugares úmidos, mais escuros e com acúmulo de material orgânico. Ataca nas primeiras horas do dia ou ao entardecer;
* Coloque telas nas janelas e embale sempre o lixo;
* Cuide bem da saúde do seu cão. Ele poderá transformar-se num reservatório doméstico do parasita que será transmitido para pessoas próximas e outros animais não diretamente, mas por meio da picada do mosquito vetor da doença, quando ele se alimenta do sangue infectado de um hospedeiro e inocula a Leishmania em pessoas ou animais sadios que desenvolvem a doença;