A Câmara Municipal de Ipatinga realizou, na manhã desta sexta-feira (28), audiência pública para prestação de contas pela Prefeitura dos números da área da Saúde no 3º quadrimestre de 2013. Os trabalhos foram transmitidos ao vivo pelo site do Legislativo e o vídeo encontra-se à disposição da população no link https://www.youtube.com/user/camaraipatinga. 

 

Os trabalhos foram conduzidos pela presidente da Comissão de Saúde Pública, Trabalho e Bem-Estar Social, vereadora Lene Teixeira (PT). Os números foram apresentados pelo secretário Eduardo Penna e servidores da Secretaria Municipal de Saúde.

 

A receita arrecadada do Fundo Municipal de Saúde de setembro a dezembro de 2013 foi de R$ 30,2 milhões. A receita através do Estado foi de R$ 9,3 milhões e da União, R$ 33,8 milhões.

 

Do total arrecadado, R$ 34,5 milhões foram gastos com o custeio do sistema de saúde, R$ 33,8 milhões com o pagamento de pessoal e R$ 2,3 milhões destinados a investimentos.

 

No 3º quadrimestre do ano passado, foram realizadas 59.179 consultas médicas básicas.

 

Foram realizados dois processos seletivos e contratados mais nove médicos para a equipe do Programa de Saúde da Família (PSF). Cinco médicos foram contratados por meio do programa Mais Médicos, do governo federal. No total, o PSF contou no último quadrimestre do ano com 40 médicos.

 

Conforme os dados apresentados na audiência pública, as equipes de Saúde da Família atenderam 45,5% da população. A cobertura populacional estimada pelas equipes de Atenção Básica foi de 58,61%.

 

Na área de atenção odontológica, foram realizados entre setembro e dezembro do ano passado, 35.687 atendimentos. Somente durante a Campanha para Diagnóstico e prevenção do Câncer Bucal, foram feitos 119 exames clínicos.

 

Os gastos com medicamentos no mesmo período totalizaram R$ 1,4 milhão. A farmácia da Prefeitura aviou 127 mil receitas e atendeu a 65 mil usuários.

 

No período em estudo, o Samu recebeu 8,8 mil chamadas telefônicas. Deste total 1,7 mil foram trotes. Foram realizados 3.188 atendimentos no total.

 

Após a apresentação dos números pela equipe da Secretaria Municipal de Saúde, o público presente foi convidado a fazer perguntas e fazer uso da tribuna.

 

Bastante emocionada, Maria de Lourdes Borges, relatou o falecimento do seu filho no dia 2 de setembro de 2013, ocorrido no Pronto Socorrro Municipal. Segundo ela, o rapaz de 20 anos, que seguia para o trabalho, sofreu um acidente de moto e foi resgatado pelo Samu. “Meu filho teve duas costelas quebradas e elas perfuraram seus pulmões e outros órgãos. O médico que o atendeu disse que ele poderia esperar mais um pouco. Meu filho chorava e pedia para que não o deixassem morrer. No atestado de óbito, o médico colocou que ele teve traumatismo craniano, o que não é verdade. Ninguém fez nada para salvar meu filho, deixaram ele morrer no corredor”.

 

A vereadora Lene Teixeira ressaltou a importância de depoimentos como o de Maria de Lourdes. “Casos como este demonstram o desafio que se tem pela frente. É importante a participação do cidadão nas audiências públicas porque mostram para os representantes do poder público em que áreas precisamos melhorar. Vimos uma evolução dos números da Saúde, mas ninguém aqui se dá por satisfeito. É um trabalho contínuo e permanente. A sua dor e a sua fala, dona Maria de Lourdes, contribuem para que todos, profissionais da saúde e sociedade, procurem melhorias em seus procedimentos, para que casos semelhantes não voltem a acontecer”.

 

Também participaram da audiência pública, o presidente do Conselho Municipal de Saúde, José Lameira Melo, e o vereador Sebastião Guedes.