Comissão de Saúde debate uso do canabidiol
Publicada em 10/04/2015 17:44
Em reunião nesta sexta-feira, no plenário da Câmara Municipal de Ipatinga, a Comissão Permanente de Saúde levantou o debate sobre o uso de canabidiol em pacientes da região. Profissionais de saúde expuseram os benefícios do uso contínuo da substância em pessoas que sofrem de epilepsia e dor crônica, além de outras doenças.
Canabidiol é uma das substâncias encontradas na planta Cannabis Sativa (maconha). No início deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu retirá-lo da lista de substância de uso proibido, facilitando a importação do medicamento.
A Comissão de Saúde quis conhecer a realidade da utilização desta substância na região. Segundo profissionais de saúde do Instituto Dr.Lucas Magalhães, localizada no bairro Cidade Nova (Santana do Paraíso), cerca de 300 pacientes deveriam estar utilizando o medicamento, mas apenas quatro atualmente fazem o uso. A vereadora Lene Teixeira, presidente da comissão, solicitou a técnicos do Legislativo o levantamento oficial do número de pacientes que usam ou poderiam estar usando o canabidiol.
“O uso contínuo contribui significadamente no tratamento da epilepsia. Crianças que tinham 80 crises de convulsão passaram a ter duas, uma ou nenhuma crise. Mas a burocracia para adquirir o medicamento encarece muito os custos, o que dificulta o tratamento “, disse Hugo Almeida, do Instituto Dr.Lucas Magalhães.
Foi destacada também a diferença entre o canabidiol e a Cannabis Sativa, utilizada de forma recreativa. “Não há no canabidiol a substância psicoativa encontrada na maconha. O canabidiol é utilizado exclusivamente no tratamento de epilepsia e outras doenças”, afirmou Bruna Rossi, integrante do mesmo instituto de saúde.
Os profissionais do instituto disseram que há pacientes que não conseguiram dar continuidade no tratamento em razão do alto custo e da burocracia imposta pela Anvisa. Após o levantamento do número de pacientes na região, a vereadora Lene disse que enviará um ofício às secretarias municipal, estadual e ao Ministério da Saúde com informações sobre os dados. “Vamos preparar um estudo sobre esse assunto. A comissão assume o compromisso de entender melhor essa questão que está ocorrendo em nossa região e encaminhar essas informações aos órgãos de saúde competentes”, disse a parlamentar.
Participaram também dos debates os vereadores Ademir Cláudio e Léo Escolar.