Em audiência pública sobre violência, sociólogo sugere criação de guarda municipal em Ipatinga
Publicada em 17/04/2015 17:40
Olho Vivo também foi citado com uma das soluções para combater a escalada da violência
O doutorem sociologia Luis FlávioSapori apontou a criação de uma guarda municipal como uma das medidas a curto prazo para ajudar o combate à violência no município de Ipatinga. Ele afirma que a guarda municipal teria o papel de patrulhamento ostensivo em regiões urbanas, auxiliando a Polícia Militar nessa atribuição.
A afirmação foi feita nesta quinta-feira (17/04) em audiência pública solicitada pelo vereador Jadson Heleno, que debateu o tema “Violência urbana: suas causas e consequências na sociedade”. Diversas autoridades e representantes da sociedade civil comparecem ao evento.
Segundo o vereador Jadson, Ipatinga atravessa um período turbulento em relação à segurança pública. Roubos, furtos e homicídios vêm se tornando comuns no município. Para Sapori, autor de diversos livros sobre o assunto, a guarda municipal possui um caráter humanitário reconhecido por especialistas, em razão da proximidade com a população.
“Ano passado, lei aprovada pelo Congresso Nacional avançou na prerrogativa da guarda municipal. Agora, ela pode ajudar a PM na prevenção criminal. Sugiro, portanto, a criação de uma guarda municipal em Ipatinga, que auxiliaria a polícia em escolas, postos de saúde, prédios públicos e, agora, também no comércio. Ipatinga teria muito a ganhar na prevenção de furtos e roubos com a guarda municipal”, disse Sapori.
Outro ponto debatido durante a audiência se refere à reativação do Olho Vivo, projeto de monitoramento por meio de câmeras instaladas em locais públicos. “Olho Vivo é muito importante, pois o monitoramento vai de fato reduzir a incidência de crimes. A PM ficou encarregada de fazer um estudo técnico, que já está pronto, dependendo agora de recursos. Não vai solucionar todos os problemas, mas é uma ferramenta. Portanto, nós vamos ganhar muito com a retomada e espero que isso ocorra o mais breve possível”, disse o coronel Edvânio Rosa Carneiro, comandante da 12ª região da PM.
O vice-prefeito Alfredo Ramalho afirmou que em 2009, quando o projeto Olho Vivo estava ativado, foi constatada a redução em até 60% dos crimes em locais monitorados.
O vereador Jadson Heleno reiterou a posição dos convidados e acrescentou a violência contra a mulher, uma das mais altas do interior de Minas Gerais, como mais um problema para se enfrentando de imediato no município de Ipatinga, segundo o parlamentar.
“Ipatinga está entre as cidades do interior com um dos maiores índices de violência contra a mulher. O combate a esse crime tem que ser prioridade aqui em nosso município. Na audiência, a população manifestou o desejo de ter de volta o Olho Vivo e ainda contar com uma guarda municipal. São políticas públicas que a administração municipal tem condição de colocar em prática”, disse Jadson.
Além do público que lotou o auditório da Câmara, diversas autoridades e
representantes da sociedade civil comparecem ao evento
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Ao falar na tribuna, Luis Flávio Sapori apontou o tráfico de drogas e a impunidade como principais causas da escalada da violência nos últimos anos no país. Ele elencou o que tem que ser feito para aprimorar o combate aos crimes.
“Em termos práticos, os governos federal, estadual e municipal têm que traçar um plano de açãoem conjunto. Melhoraras ações preventivas da Polícia Militar e investigativas da Polícia Civil. Delegacias especializadas precisam existir nas principais cidades do país. Além disso, é necessário profissionalizar o sistema prisional. Não é política social que reduz a violência, mas sim projetos específicos que tenham vontade política e orçamentária”, disse ele.