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Ex-presidente da CMI, Helvécio Martins deixa legado de compromisso com o desenvolvimento de Ipatinga


Publicada em 11/06/2015 16:29

Ex-presidente da CMI, Helvécio Martins deixa legado  de compromisso com o desenvolvimento de Ipatinga

Ex-presidente da Câmara Municipal de Ipatinga e vereador por dois mandatos, o empresário Helvécio Thomaz Martins faleceu na manhã desta quinta-feira (11) depois de 15 dias internado devido a problemas pulmonares. Pioneiro de Ipatinga, onde chegou em 1959, Helvécio deixa um legado de luta em favor do desenvolvimento econômico e social da região.

 

Nascido em Nova Era, o empresário completaria 82 anos de idade no dia 19 de setembro. Formado em Farmácia pela UFMG em 1959, Helvécio deu início à Drogaria São José no ano seguinte, em uma loja cedida pela Usiminas na avenida Castelo Branco, 587, no bairro do Horto.

 

“Ipatinga era um local sem nenhuma infraestrutura. Aqui, a gente só fazia trabalhar, respirar poeira ou atolar no barro quando chovia. Quando chegamos, eu e o meu funcionário tentamos comprar um colchão e não conseguimos, tivemos que pedir emprestado. A princípio, moramos no fundo da loja por mais ou menos um ano”, afirmou Helvécio Thomaz em depoimento registrado no livro ‘Ipatinga Cidade Jardim 42 anos’, de autoria de José Augusto de Moraes.

 

ATUANTE E VISIONÁRIO

O presidente da Câmara de Ipatinga, Sebastião Guedes, lamentou a morte do empresário. “Ipatinga perde um pioneiro, um cidadão atuante e visionário, que sempre sonhou e lutou pelo melhor para a nossa cidade”, afirmou.

 

Guedes lembrou que “Seu” Helvécio, como era chamado por todos, foi vereador numa época de muitas dificuldades, nos primeiros anos da cidade, “e sempre pautou sua atuação, na vida pública e empresarial, pela ética, pelo respeito às pessoas e, principalmente, por seu amor à cidade”.

 

Em 1961, o pioneiro se casou com Malvina Pires Muzzi Martins, com quem teve três filhos: Hermínio, Helton e Hélcio. Helvécio fica na história como um dos homens mais atuantes da sociedade ipatinguense.

 

Em 17 de dezembro de 1971, o empresário tomou posse em seu primeiro mandato como vereador após a renúncia de Raimundo Bento Barbosa, o ‘Zé do Povo’, de quem era suplente. Na 3ª legislatura da Câmara o mandato foi de apenas dois anos e terminou em 30 de janeiro de 1973.

 

Na seqüência, Helvécio Thomaz foi eleito para o segundo mandato, que foi exercido de 31 de janeiro de 1973 a 30 de janeiro de 1977. No ano de 1976, o pioneiro foi escolhido pelos seus pares para presidir a casa legislativa.

 

Além de ter sido vereador e presidente da Câmara, em 1994 foi nomeado pelo prefeito João Magno como primeiro secretário municipal de Desenvolvimento Econômico de Ipatinga. Até então a pasta não existia na administração municipal.

 

“Fato marcante para mim na cidade foi justamente ter tido a oportunidade de ser eleito vereador por dois mandatos, quando ainda era pouco conhecido e quase sem ter feito campanha. Foi para mim muito importante, naquela época, o reconhecimento das pessoas que aqui moravam”, declarou no livro de José Augusto.

 

UM LÍDER

O empresário também presidiu por duas vezes a Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Prestação de Serviços de Ipatinga (Aciapi), participou da fundação do Rotary Ipatinga e do Rotary Ipatinga Norte. Helvécio Thomaz também foi presidente da Associação de Moradores do Bairro Horto e do Conselho de Orçamento da Regional 2. Foi membro dos conselhos deliberativos da Usipa e Clube Morro do Pilar, além de presidente do Ipê Recanto Clube.

 

Em entrevista concedida em 2013 ao jornal Diário do Aço, o pioneiro falou sobre a luta pela duplicação da BR-381. Ele se lembrou do movimento que encabeçou para a criação da terceira pista da rodovia, há mais de 20 anos, quando a via foi duplicada entre os bairros Horto e Veneza, em Ipatinga. "Chegamos a ameaçar paralisar a rodovia. Foi um movimento localizado, mas feito para atingir as autoridades e mostrar que nós tínhamos força para fazer com que o Estado reagisse favoravelmente à construção da terceira pista. Foi nos dado um prazo, e esse prazo foi cumprido", rememorou.

 

Na opinião de Helvécio, para que a duplicação saísse do papel, seria necessário um movimento mais agressivo e um maior interesse da iniciativa privada. "Há uma acomodação muito grande das autoridades regionais, dos clubes de serviço, das entidades e demais forças. Nós somos centenas e centenas de entidades em todos os municípios por onde a 381 passa. Passou, e muito, da hora de nos mobilizarmos de maneira mais eficaz. Se não fizermos um movimento mais agressivo, as obras nunca serão iniciadas", sentenciou na época ao jornal.

 

Fontes: Livros ‘Ipatinga Cidade Jardim 42 Anos’ e ‘A Elite Política de Ipatinga – Biografias’; Setores de Informações Técnicas e Recursos Humanos da CMI; Jornal Diário do Aço; site euamoipatinga.com.br

 

Foto-destaque: Wesley Rodrigues/Diário do Aço

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