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Dia Internacional da Mulher: lutas e conquistas ao longo da história


Publicada em 07/03/2022 16:56

Dia Internacional da Mulher: lutas  e conquistas ao longo da história

Dia Internacional da Mulher: lutas e conquistas ao longo da história

Hoje, dia 08 de março, é comemorado o Dia Internacional da Mulher. Cada vez mais unidas e aguerridas, as mulheres travam uma luta incessante - que já dura mais de um século - por seus direitos. Muitas foram as conquistas ao longo dos anos, porém, inúmeras ainda são as pautas de reivindicações e enfrentamento diante de uma sociedade com raízes machistas e patriarcal, que muitas vezes as trata com violência, desprezo e inferioridade em relação aos homens.

Neste dia especial, a Câmara Municipal de Ipatinga, por meio da sua equipe de Integração com a Comunidade, presta uma homenagem às mulheres publicando este resumo histórico contendo as principais batalhas enfrentadas e algumas das vitórias obtidas.

O dia 8 de março é uma data para reflexão a respeito de toda a desigualdade e a violência que as mulheres sofrem no Brasil e no mundo. É um momento para combater o silenciamento que existe e que normaliza a desigualdade e as violências sofridas pelas mulheres, além de ser um momento para repensar atitudes e tentar construir uma sociedade sem desigualdade e preconceito de gênero.

 

A DATA1

Data é celebrada oficialmente desde 1975, mas sua origem remonta do início do século 20, quando diversos protestos de mulheres ecoaram pelos Estados Unidos e Europa reivindicando melhores condições de trabalho e igualdade de direitos.

Uma das versões apónta que o Dia Internacional da Mulher tem ligação com um incêndio que aconteceu em Nova York no dia 25 de março de 1911, na Triangle Shirtwaist Company, e vitimou 146 pessoas, sendo 125 mulheres e 21 homens.

As causas desse incêndio foram as péssimas instalações elétricas associadas à composição do solo e das repartições da fábrica e, também, à grande quantidade de tecido presente no recinto, o que serviu de combustível para o fogo.

Além disso, alguns proprietários de fábricas da época, incluindo o da Triangle, trancavam seus funcionários na fábrica durante o expediente como forma de conter motins e greves. No momento em que a Triangle pegou fogo, as portas estavam trancadas.

O Dia Internacional da Mulher não é um mero dia voltado simplesmente a homenagens triviais às mulheres, mas diz respeito a um convite à reflexão referente a como a nossa sociedade as trata. Essa reflexão vale tanto para o campo do convívio afetivo, familiar e social quanto para as questões relacionadas ao mercado de trabalho.

 

DESIGUALDADES NO MERCADO DE TRABALHO

Inúmeros estudos comprovam que ainda hoje as mulheres sofrem com a desigualdade no mercado de trabalho em relação aos homens. A presença das mulheres no mercado de trabalho ainda é menor do que a dos homens, uma vez que dados de 2018 apontam que, no mundo, apenas 48% das mulheres maiores de 15 anos estão empregadas – para os homens, esse número é de 75%2.

Atualmente, menos de 70% dos homens concordam com o fato de que muitas mulheres preferem trabalhar a ficar em casa cuidando dos serviços domésticos. As mulheres ainda sofrem prejuízos no mercado de trabalho por engravidarem, uma vez que o número de mulheres que abandonam o seu trabalho por conta de seus filhos chega a 30%, enquanto que somente 7% dos homens abandonam seus empregos pelo mesmo motivo.3

Para agravar essa situação, metade das mulheres que engravidam perdem seus empregos quando retornam da licença-maternidade4 e ainda, em pleno século XXI, existem aqueles que defendem que mulheres devem ganhar menos, simplesmente por poderem engravidar. Isso, inclusive, é uma realidade no Brasil, pois as mulheres recebem, em média, 20% menos que os homens5.

Todas essas estatísticas demonstram como o preconceito de gênero prejudica as mulheres no mercado de trabalho. As mulheres, no entanto, não têm a sua vida prejudicada somente no mercado de trabalho, uma vez que a violência de gênero, o abandono que muitas sofrem de seu parceiro durante a gravidez e os assédios são realidades que muitas mulheres sofrem.

 

VIOLÊNCIA6

Uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos afirma ter sofrido algum tipo de violência no último ano no Brasil, durante a pandemia de Covid, segundo pesquisa do Instituto Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e divulgada em 07/06/2021.

Isso significa que cerca de 17 milhões de mulheres (24,4%) sofreram violência física, psicológica ou sexual no último ano. A porcentagem representa estabilidade em relação à última pesquisa, de 2019, quando 27,4% afirmaram ter sofrido alguma agressão.

A pesquisa mostra ainda que as vítimas de violência doméstica estão entre as que mais perderam renda e emprego na pandemia.

 

REPRESENTATIVIDADE NA POLÍTICA7

A representante da ONU Mulheres no Brasil, Anastasia Divinskaya, apresentou uma série de dados que traçam o quadro da presença feminina na política brasileira, em comparação com outros países. Segundo ela o Brasil, embora tenha 52% de mulheres eleitoras, está abaixo da média mundial na representação feminina na política: elas são menos de 15% dos representantes eleitos.

Com apenas 14,35% de eleitas para a Câmara dos Deputados, o Brasil é o 133º país no ranking da União Interparlamentar (UIP) sobre a participação de mulheres em câmaras baixas. Em cargos ministeriais, o Brasil ocupa o 144º lugar no ranking mundial de representatividade feminina e o 142º no ranking de representação parlamentar. Na América Latina, fica à frente apenas das Bahamas, Belize e Haiti. Nas Eleições Municipais de 2020, 16 municípios brasileiros não elegeram sequer uma mulher vereadora.

Anastasia reconheceu que houve avanços no estímulo à presença feminina na política, mas que ainda há muito a ser feito. As causas dessa sub-representação são bem conhecidas, segundo ela: patriarcado, desigualdade estrutural e múltiplas formas de discriminação. “Temos dados que mostram que a violência contra as mulheres que ocupam cargos públicos e de decisão política têm um impacto arrepiante na ambição política das mulheres jovens”, revelou a representante da ONU Mulheres. Esse, segundo ela, é um efeito desejado por quem realiza essa violência.

 

Linha do tempo com as principais conquistas ao longo da história:

1827 – Meninas são liberadas para frequentarem a escola

1852: Primeiro jornal feminino 

1879 – Mulheres conquistam o direito ao acesso às faculdades

1910 – O primeiro partido político feminino é criado

1932 – Mulheres conquistam o direito ao voto

1962 – Criação do Estatuto da Mulher Casada

1977 – É aprovada a Lei do Divórcio 

1979 – Direito à prática do futebol

1988: Primeiro encontro nacional de mulheres negras

2006 – Lei Maria da Penha

2015 – É sancionada a Lei do Feminicídio

2018 – A importunação sexual feminina passou a ser considerada crime

 


Em 20 anos, dobra o número de mulheres na medicina8

Ao longo dos anos, as mulheres têm cada vez mais conquistado seu espaço em todas as áreas. Os homens ainda são maioria entre os médicos em atividade no Brasil, mas a diferença em relação às mulheres vem diminuindo ano a ano. É o que mostram os levantamentos da Demografia Médica 2020. Segundo os dados mais recentes (2020), os homens representam 53,4% da população de médicos e as mulheres, 46,6%.

 

 

 

Referências:

1 https://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-da-mulher.htm

2 Participação das mulheres no mercado de trabalho segue menor que a dos homens, diz OIT. Para acessar, clique aqui.

3 Pesquisa mostra que 30% das mulheres deixam trabalho por causa dos filhos; homens são 7%. Para acessar, clique aqui.

4 Metade das mulheres grávidas são demitidas na volta da licença-maternidade. Para acessar, clique aqui.

5 Pesquisa do IBGE mostra que mulher ganha menos em todas as ocupações. Para acessar, clique aqui.

6 https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/06/07/1-em-cada-4-mulheres-foi-vitima-de-algum-tipo-de-violencia-na-pandemia-no-brasil-diz-datafolha.ghtml

7 https://www.tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/2021/Outubro/mulheres-discutem-o-impacto-da-violencia-politica-na-representatividade-feminina-nas-casas-legislativas-do-brasil

8 https://portal.cfm.org.br/noticias/em-20-anos-dobra-o-numero-de-mulheres-que-exercem-a-medicina-no-brasil/

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