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Audiência pública na Câmara de Ipatinga discute o funcionamento do Núcleo de Atenção ao Transtorno do Espectro Autista


Publicada em 28/03/2023 15:21

Audiência pública na Câmara de Ipatinga discute o funcionamento do Núcleo de Atenção ao Transtorno do Espectro Autista

Debatendo o futuro do NATEA, Câmara de Ipatinga busca esclarecimentos sobre a construção e o funcionamento do núcleo em audiência pública


 

A Câmara Municipal de Ipatinga realizou ontem (27) audiência pública, proposta pelo vereador Avelino da Cruz, para debater o funcionamento do Núcleo de Atenção ao Transtorno do Espectro Autista (NATEA) na cidade. O evento contou com a presença de autoridades, profissionais da área, representantes da sociedade civil e familiares de pessoas com autismo.

Segundo o vereador Avelino, a audiência teve como objetivo principal “abrir um espaço diálogo entre a comunidade e o governo para que ele explicasse para a população o que é o NATEA”. 

“Esperamos que as obras sejam encerradas no final de 2023 para que muitas pessoas, especialmente crianças, possam ter um acompanhamento multidisciplinar, focando nesse espaço o diagnóstico e tratamento necessários”.  

O centro, projetado para ser uma referência em Minas Gerais, está em processo de construção no bairro Jardim Panorama, área onde situava a antiga Unidade Básica de Saúde. O local possui 558 m² de área construída e contará com 22 salas. Na unidade, a previsão é de que os usuários recebam atendimento de uma equipe multiprofissional, integrada por psicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, médico, nutricionista, terapeutas ocupacionais, entre outros

Glennia de Souza Louback, secretária adjunta da Secretaria Municipal de saúde, confirmou que as obras devem ser concluídas ainda este ano. Ela afirmou que, embora o local seja voltado para tratamento de pessoas com TEA, toda a rede municipal de saúde deve estar integrada para receber esses pacientes. 

“É uma obra muito aguardada pela população, especialmente pela família autista. Mas a gente compreende que o autismo é complexo e vai depender de vários níveis de atenção , principalmente com atenção básica. Então o NATEA  não vai ser uma ilha. Ele vai ter que se comunicar com todos os equipamentos da rede pública de saúde.”

A secretária esclareceu ainda que inicialmente o público-alvo será de crianças. “O NATEA visa atender basicamente a parte da infância. Então o pensamento é focar em crianças de 0 a 12 anos, mas isso não significa que, com avanços, a gente não possa ampliar a faixa etária com o tempo. Além disso, a ideia é trabalhar com técnicas atuais baseadas em evidências científicas.”

Além das manifestações de vereadores e da secretária adjunta de saúde, o público presente pôde compartilhar suas experiências e opiniões.

A mãe de uma menina autista foi uma delas. Amanda Maclaine cobrou o cumprimento de leis federais e municipais que, segundo ela, não vêm sendo respeitadas pelo SUS e pelo município de Ipatinga. 

“A pessoa com o transtorno é considerada pessoa com deficiência para os efeitos legais, mas isso não acontece aqui na cidade. A minha filha de 2 anos não tem acesso ao atendimento multiprofissional, à medicação e aos nutrientes necessários. Então tenho que pagar do meu bolso para ela conseguir isso”

Ao final da audiência, o vereador Avelino da Cruz solicitou, por parte do governo municipal, mais divulgação dos serviços a serem ofertados no NATEA e ressaltou a importância do trabalho conjunto e integrado entre as famílias e a sociedade.

“Não é só medicamento, não é só terapia, é preciso ter interação com a escola, com a assistência social, com a família afetada. Vamos continuar trabalhando para garantir o cumprimento de direitos que hoje, muitas vezes, só estão no papel.”

Também participaram da audiência pública os vereadores Chiquinho, Professora Mariene, Daniel do Bem e Wellington da Floricultura, bem como parlamentares da cidade vizinha de Santana do Paraíso.  

 

Assista à audiência:

 

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